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"Tentar provar o futuro é muito mais interessante do que poder conhecê-lo. Como no jogo, não o ganhar, mas o poder ganhar. Porque nenhuma vitória se ganha se se não puder perder." Vergílio Ferreira

Com o título :

“Futuro procura-se desesperadamente Portugal encontra-se perante o colapso. A crise cada vez mais grave também coloca em questão o ditado de austeridade de Berlim”

A jornalista Stefanie Bolzen publicou no prestigiado jornal alemão “Welt am Sonntag” de Domingo da Páscoa um artigo muito objectivo e realista do  qual junto a tradução da peça central (ver abaixo).

Infelizmente tudo indica que o meu vaticínio se vai cumprir: comprou-se tempo e face às medidas mecanicistas impostas por Bruxelas e Berlim, não se fez nada para reorganizar a orientação estratégica do país, virando-o de dentro para fora. Naturalmente a situação de penuria, desencanto e desespero que assim se está a criar, exerce sobre as mentes das pessoas a mesma atracção que uma pilha de loiça suja por lavar. O futuro é adiado, ficando apenas a negra perspectiva da continuação da aceleração da espiral negativa. Com efeito: os novos horizontes a rasgar e a necessária fé, esperança, auto-confiança e entusiasmo que requerem arte de governação, nem vê-los. E enquanto a UE continuar a tratar um por um os problemas de “descarrilamentos” singulares em vez de atacar a causa central – a visão egocêntrica reinante - , a um crescente número de parceiros vai acontecer o mesmo.

 

Das duas uma: ou alguns dos 27 parceiros da UE acordam a tempo e horas, juntam-se e batendo na mesa em Bruxelas, exigem uma radical mudança de estratégia da UE no seu todo e no sentido de uma viragem sóciocêntrica, ou todos teremos que esperar pacientemente que a espiral negativa atinja mais uma ou duas economias mais graúdas da UE, obrigando então o sistema “Merkozy” a uma mudança ou substituindo-o por outro mais capaz e governado por pessoas de pensar e agir sistémico-holístico. E parece-me que não vamos precisar de muito mais paciência até que as pedras comecem a rolar de vez.

“(...) Dependente do impiedoso juízo de peritos financeiros estrangeiros que chegam regularmente ao Tejo e analizam cada proposta de medida de austeridade três vezes – e que, até aqui, atestam ao actual Primeiro Ministro de Portugal, o conservador Pedro Passos Coelho, qualidades excelentes. Um aluno exemplar, que com gosto ainda acresce ao ditado da troika o corte do 13º e 14º ordenado da função pública.

Todavia: não adianta nada. „Precisamos de um segundo pacote de ajuda, isto já ficou claro. Os dinheiros da troika não chegam”, profetiza o perito económico Eduardo Paz Ferreira. O governo aumentou o IVA para 23 por cento – e arrecadou menos que no ano anterior. Os bancos receberam uma injecção de 12.000 M€ - mas as empresas portuguesas não recebem créditos, preferindo as instituições financeiras comprar obrigações soberanas lucrativas. Os portugueses têm que trabalhar mais por menos dinheiro e podem ser despedidos mais facilmente – apesar de tudo a taxa de desemprego subiu para o triste valor recorde de 15 por cento. E a economia este ano encolhe drasticamento por 3,3 por cento.

Porém, tanto em Bruxelas ou em Berlim, os decisores não se cansam em louvar grandemente os esforços do governo. “O programa encontra-se encaminhado e isto deverá servir para que Portugal em 2013 volte a ter acesso aos mercados financeiros”, anunciou a Comissão Europeia na terça-feira passada. E mesmo assim: “Temos dificuldades de interpretação”, clausulou o funcionário responsável da UE a irritação de Bruxelas sobre os contínuos maus resultados do sudoeste. O FMI até alertou expressamente: se a situação económica piorar, o rumo da austeridade poderá saír pela culatra.

“Se Portugal não conseguir o regresso aos mercados em 2013, mas transpõe todas as medidas impostas, de certeza e graças ao nosso bom comportamento nos irão conceder uma prorrogação do prazo”, diz Vítor Bento, conselheiro do Primeiro Ministro Passos Coelho. “Porque então também se trata de um erro da Europa – e não por fim o erro da Alemanha que nos impôs este caminho. Portugal é muito mais que um dos três casos de preocupação oficialmente alimentados pela Europa. Tanto o Ministro de Finanças alemão Wolfgang Schäuble, como o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários Olli Rehn e o próprio Primeiro Ministro Passos Coelho estão a precaver-se desde há semanas. Fala-se de “pontes”, “planos exit” ou, simplesmente, de “mais ajudas”, ninguém pronunciando o conceito melindroso de um “segundo pacote de ajuda”. Ainda não. Em contrapartida os peritos financeiros já o fazem há muito tempo, contando, porventura, com este passo no verão. Mas tal como era de esperar, a política prefere adiar a confissão (...)”

O artigo original em alemão: http://www.welt.de/print/wams/article106163381/Zukunft-verzweifelt-gesucht.html?config=print#

 

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publicado às 20:00



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