Sócrates errou, errou muito, como qualquer homem erra. Foi arrogante. É arrogante. Daí a ter metido um cêntimo ao bolso, daí a não ter posto Portugal (com ou sem os seus boys) à frente de tudo vai uma distância impossível. Sou inimigo da desonra -- Sócrates não foi arguido, sequer, numa só das milhentas situações em que o embrulharam. Os media e seus fornecedores. Hoje, ele já é a desculpa, oficial e reconhecida em cartório notarial, do inevitável insucesso a que nos conduz o caminho que outros ora trilham. E odeio isso. Essa cobardia imoral. Odeio a ponto de querer mal a quem tal faz. Porque não é justo. Sócrates errou, repito, acreditou demasiado tempo que era possível... O resultado está à vista. Deu nesta cambada de incompetentes que ora nos governa... O combate deles parece ser desertificar Portugal e destruir o que de bom Sócrates fez. Nuns casos fazem-no por mera incompetência, noutros só porque sim. Assim como os cães lambem os tomates. Só porque podem. A sua política é avessa aos homens e substitui-os por números. Isso eu não admito. Gaspar é um contabilista e dos fracos. Saudades tenho de um Sócrates que nunca apareceu, um que deu o braço a torcer e deixou ao Teixeira dos Santos o que era do Teixeira dos Santos. Assim não aconteceu. Ele acreditava demasiado que seria possível. Não foi. Agora, por causa de tudo isto e mais uns tantos, estamos entregues a garotos. Já o neoliberalismo se tinha casado com o capitalismo selvagem, com o mundo inteiro a assistir ao enlace e respectivo divórcio de ambos com a economia real, com os mercados como padrinhos, e... esta gente ganha eleições e vai por onde já toda a gente percebeu não ser o caminho.
A culpa é do Sócrates.
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