A fuga da sede de empresas para os países onde se pagam menos impostos é uma consequência bem conhecida do agravamento dos impostos no país de origem. Nós todos ficamos chocados quando sabemos que alguém tomou essa decisão, mas a verdade é que até os portugueses do interior vão a Espanha encher os depósitos de gasolina para pagar menos. Como se sabe, grande parte do preço dos combustíveis são impostos. Os cidadãos também fogem aos impostos como se vê por este exemplo bem simples.
O planeamento fiscal a maior parte das vezes é utilizado para encontrar "saídas" na Lei, não é para conseguir optimizar as benesses que a Lei concede. Neste caso o planeamento fiscal é perfeitamente legítimo e não merece críticas.
Enquanto tivermos fiscalidades, entre países, com diferenças profundas, estas "fugas" não serão nunca travadas pelo "patriotismo", só acredita nisso quem está distraído e, ainda para mais, quando os accionistas consideram que os impostos que pagam são malbaratados pelo Estado.
Muitos de nós já se atirou aos bancos por pagarem menos de metade de taxa de IRC (imposto sobre o rendimento colectivo) da que é paga pelas outras empresas nacionais. Como os banqueiros dizem, e bem, a taxa nominal é a mesma, o que eles não dizem é que a taxa real ( a que efectivamente pagam) resulta do facto de muitas das operações que concorrem para o resultado serem realizadas em território estrangeiro ou em off shores.(isentas de IRC)
A maioria das grandes empresas portuguesas, incluindo as participadas estatais, têm sede em países estrangeiros onde a taxação é mais favorável.
A Jerónimo Martins para lutar com os seus concorrentes em pé de igualdade teria mais tarde ou cedo que tomar esta decisão.
É assim e não há nada a fazer!
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