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Não podias ceder, Arménio, pura e simplesmente não podias ceder. "O Povo é quem mais ordena", lembras-te? Tinha chegado a altura de os enfrentarmos, de gritar bem alto "A Ponte é nossa", mas que fizeste tu? Transformaste um protesto numa excursão, já agora, também vai haver pique-nique? Os do Sul trazem as sardinhas e nós levamos o vinho?
20.000, 30.000 ou 50.000 pessoas no garrafão da Ponte, com a polícia à frente, sabes o que significava? Imaginas o impacto que tinha? Se não nos deixassem passar fazíamos o protesto ali, escrevias um discurso de 3 ou 4 horas e parávamos a ponte, tramávamos a Lusoponte, a primeira das PPP's, lembras-te? As PPP's que nos andam a sugar a vida. E se houvesse confrontos? E se morresse alguém? Era grave, mas mais grave ainda é a morte lenta a que nos condenaram, mais grave ainda são os suicídios que estão a acontecer, dois por dia, Arménio!
Não podíamos ter esta derrota Arménio! Não foste tu que saíste derrotado, fomos nós, os portugueses, os que sofrem, os que têm que pagar, tu não perdeste nada.
E agora Arménio? E quando eles decidirem proibir as manifestações no Marquês? Que vais tu fazer? Também te vais encolher para não os afrontar? E quando proibirem os ajuntamentos? E quando...
Estamos órfãos, Arménio, ainda há dias disse isto ao teu camarada Miguel Tiago, estamos órfãos, e tu deixaste-nos ainda mais órfãos.
Sabes que mais? Não mereces o trabalho que tive a escrever estas linhas, és mais um "irrevogável", vai bardamerda!
Próximo do Autismo sem nunca lá chegar, como é óbvio. É assim que eu classifico a atitude instalada. Uma forma de estar que parece inspirada na fase anterior ao “contrato social”, na fase do homem lobo do homem, na fase selvagem. Parece contraditório, pois parece, mas não é. Adiante.
Por interesse e egoísmo, o homem socializou, o homem cooperou – disseram alguns. E de facto, assim é. Facto: o homem, tal como os restantes seres, coopera por puro interesse, puro egoísmo. Contudo, o mundo observável permite-me constatar que não o somos todos na mesma medida, uns são, definitivamente, mais egoístas do que outros. Estou em crer que a medida de egoísmo aumenta ou diminui consoante a inteligência. Sendo o mais egoísta o mais inteligente e por conseguinte o menos egoísta e, ideologicamente mais próximo do autismo, o menos inteligente.
Verifico que se está a generalizar/instalar, a grande velocidade, uma forma de estar na vida do Eu sozinho contra o resto do mundo. Uma forma de estar que à primeira vista até parece bastante egoísta, trata-se na realidade do contrário, trata-se de uma forma de estar pouco egoísta, isenta de cooperação, de partilha, de política, de vida. Pouco inteligente, portanto. Uma atitude onde só existe luta. A luta de um contra todos. Eu vejo isto acontecer, em grande escala, em tudo quanto é canto: na escola, no trabalho, na abstinência de participação política e cívica, no grupo de amigos, na família e por aí em diante.
É através da luta em cooperação que se evolui, que se avança, que se sobrevive. Não há forma de vida que subsista sem luta e cooperação. Não se pode viver só a lutar, nem tão pouco só a cooperar. Receio que um sem o outro seja como “a vida sem oxigénio”, o Fim.
Há pouco alguém perguntava se o feriado de 5 de Outubro já tinha passado à história, eu respondi que para muitos a história já não passa certamente pelo 5 de Outubro, pela bizarra concepção que têm da república e sobretudo de um Estado de Direito. Por exemplo, ontem constatei abismado que os apoios que um certo Isaltino recolhe são bem mais generalizados do que se julgaria. Se calhar essas pessoas não sabem ao certo porque está condenado? É fácil, vão à wikipedia: "Isaltino Afonso Morais (São Salvador, Mirandela,29 de Dezembro de 1949) é um jurista e político português. Desde 24 de Abril de 2013 está detido a cumprir pena por crimes de corrupção, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e abuso de poder." Sabem o que é o crime "abuso de poder" (já que os outros se explicam a si mesmos)? "O crime de abuso de poder pressupõe que o agente, investido de poderes públicos, actue com violação dos deveres funcionais que sobre si impendem, sacrificando o interesse público para satisfação de finalidades ou interesses particulares que se venham a traduzir num benefício ilegítimo para si ou para terceiro ou num prejuízo para outra pessoa."... o processo contra Isaltino é um dos mais extensos de que há memória, entretanto muita coisa prescreveu... O que parece haver por ali e acolá é muita falta de memória, provavelmente proporcional a uma enorme quantidade de má-fé. O que alguns por ali e acolá estão a fazer (ou a ser cúmplices por omissão ou inconsciência) é uma tentativa canhestra de branqueamento baseada em amiguismos, no diz-que-diz, no egoísmo (ele trata do meu quintal) e na mais profunda ignorância do que de facto representa o mau exemplo deste caso para o país. Porque é disso que se trata, não é só do cantinho florido de Oeiras. Ignorar isso é também um exercício perverso e intelectualmente desonesto, que demonstra bem a decadência a que chegou em algumas cabeças o conceito de legalidade. Conheço muita gente de Oeiras, gente politicamente informada e activa, uns com mais cultura que outros, mas com um traço comum, honra e vergonha na cara. O que está a acontecer em Oeiras mas também noutros locais (Gondomar por exemplo, ou no passado em Felgueiras e Marco de Canaveses) tem de ser combatido por todos aqueles que ainda guardam dentro de si um pingo de decência, consciência e coragem.
De não ter "amigos!" Ou da profunda caricatura que as pessoas fazem, de si mesmas? Não só se desenham como se (des) escrevem. Devia dar-me por feliz! Levantar as mãos para o céu e dar graças por alguém lá em cima (se revelar mesmo bom nisto de gerir a malta cá em baixo) e me afastar e tirar, todos os empecilhos do caminho! Para que raios preciso eu de aduladores? Um séquito de varejeiras a cheirar-me a carne (ainda fresca?). Pois, não sei.
Provavelmente seria a TPM, se soubesse ainda o que essa coisa quer dizer? Não, sei! E mais uma vez o outro lá em cima é um tipo mesmo fixe, que me levou as "iniciais" bem cedo! Por consequência, estou até "nisso," à "vontadinha!" Será da estupidez que, a certa altura, ataca todo o ser humano e o seguir o "catecismo" à letra, praticando o: "Quanto mais me bates mais gosto de ti." Ou : "Deixa-me estar caladinha, fazer tudo certinho, que mesmo que me mijem e... Em cima, tenho "amigos!" Não. Eu sou pelo "Mais vale só..."
Amigos? Uma raça como a maior dos mamíferos e não só, em extinção. Só que neste caso, eu apelaria para que não houvesse hipótese de clonar certa gente. Dá-me uma imensa vontade de rir, sempre que "deito mão" da leitura (escrita) das declarações da maioria das caricaturas.
E re(animá-los) já não era a mesma coisa!
Sociedade de participação,ou seja, uma sociedade em que o povo apenas participa pagando impostos. E não é que hoje o rei da Holanda anunciou o fim do Estado Social no seu país, o rei disse mesmo que as pessoas se devem habituar à ideia duma "sociedade de participação", ou seja, uma sociedade sem criação de emprego, saúde e educação pelo Estado, uma sociedade do salve-se quem puder, em que a única lei vigente é a lei do mais forte, a lei da selva, puro darwinismo social. O curioso nesta "sociedade de participação" é que as pessoas participam da mesma forma como participam na existência dum Estado Social, ou seja, participam pagando impostos. A diferença é que no Estado Social os impostos são devolvidos em serviços que o Estado presta às pessoas como educação, saúde, etc. Na "sociedade de participação" os impostos talvez sejam para pagar o salário anual de 825.000€ do rei, ou o custo anual de manter a monarquia de 100 milhões. Entretanto as notícias que os ventos trazem da Grécia anunciam que a luta contra o fascismo voltou a estar na ordem do dia.
A criança amarga desperta para mais um dia branco de nuvens rosa que amanhece precocemente.
No cimo das árvores o vento balança a tristeza do tempo que não consegue mais tardar numa noite incógnita.
O frio da manhã emprenha-se nos ossos e, sozinha, ela encolhe-se e treme.
O mundo parece deixar de ter sentido após noites como aquela e, amargurada, ela chora grossas lágrimas.
Não havia, naqueles tenros anos, uma mão amiga que a amparasse, uma brincadeira no pátio da escola que a fizesse sentir-se feliz.
Uma flor reclama ao ser pisada e a criança assusta-se e corre.
Acabava naquela tarde o sonho inocente que embalava os seus pensamentos.
Um dia alguém ousará pensar que aquela criança merecia algo mais.
Poderiam ter-lhe dado um abrigo enquanto o vento gelado patrulhava as ruas procurando algo quente em que penetrar.
Deveriam ter-lhe prestado auxilio quando ela desesperou por ele.
Amá-la não seria pedir demasiado a ninguém.
Poderiam tê-lo feito…
Deveriam tê-lo feito…
Amá-la-iam se ela chegasse a sonhar o impossível.
Porque um abraço sem lástima no fim não é suficiente!
Nada apaga a mágoa e a destruição é eterna.
Ao olhar para trás ela sentirá sempre que lhe foi roubada a vida e a alegria dos seus olhos irá esmorecer e findará.
Restará para sempre um desejo desesperado e inconsequente de querer voltar atrás, não no tempo, mas na vida.
O desejo de regressar àquela infância na qual, se o balão não a levasse ao céu ela levá-lo-ia ao andar mais alto a que conseguisse chegar só para sonhar mais alto.
Mas, como o senso comum sabe, uma vez chegados ao topo o único caminho é para baixo.
[por Keep Fighting]
Wikipedia Português - Uma distopia ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utópica ou promove a vivência em uma "utopia negativa". São geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo bem como um controlo opressivo da sociedade. Nelas, a sociedade tida como perfeita, utópica, mostra-se corruptível, e as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. Com isso, a tecnologia, as inovações que aparentemente fariam dessas, sociedades perfeitas, acabam por tornar-se meios de controle, seja do Estado, de instituições ou mesmo de corporações.
“Vivemos num mundo ao contrário” diz Eduardo Galeano, num mundo onde se usam limões verdadeiros para fabricar detergentes e produtos de limpeza, e usam-se uma panóplia de aditivos sintéticos (corantes, conservantes, aromatizantes) para fazer sumo de limão. Foi aprovado há umas semanas nos EUA uma lei que protege uma multinacional chamada Monsanto dando-lhe a completa imunidade face aos riscos para a saúde e para o ambiente dos seus produtos alimentares geneticamente modificados, colocando-a mesmo acima da Lei. A Monsanto já tem um cadastro invejável de crimes contra a Humanidade, durante a Guerra do Vietname produziu e vendeu uma mistura de dois herbicidas, conhecida como Agente Laranja, que o exército norte americano espalhou sobre o território vietnamita, com consequências e sequelas irreversíveis nas populações vietnamitas e nos próprios soldados americanos, consequências que ainda hoje se fazem sentir naquela região. Para quem quiser ter uma ideia experimentem colocar as palavras ‘agente laranja vietname’ num motor de busca e ver as imagens estarrecedoras que aparecem, mesmo nos dias de hoje apesar destes acontecimentos terem ocorrido nos anos 60 do século passado. Actualmente a Monsanto descobriu que alimentar o mundo é um negócio lucrativo, pelo que andam ocupados a patentear sementes de produtos agrícolas geneticamente modificados, obrigando desta forma os agricultores a pagarem novamente por estas sementes no ano seguinte, uma vez que cada uma destas sementes modificadas geneticamente tem um ‘gene suicida’, não permitindo que as sementes no ano a seguir sejam viáveis. Tradicionalmente os agricultores por todo o mundo guardavam sementes dos seus campos, contribuindo de forma sustentável e viável para a manutenção de diferentes variedades e fomentando uma biodiversidade agrícola rica. O CEO da Nestlé disse nesta semana que a água não é um Direito Humano, que deve ser privatizada, porque só os homens de negócios é que têm sapiência e meios para gerir este recurso limitado. Talvez interesse saber que a Nestlé tem um laboratório que produz água, ou melhor, desmineraliza a água e acrescenta sais minerais da sua patente, negócio lucrativo uma vez que todas as pessoas necessitam de água para viver. Saiu também uma notícia referente à intenção da Nestlé privatizar uma planta que tem sido usada como medicamento há milhares de anos pelas populações da Ásia e do Médio Oriente. A Nestlé refere que foram os seus cientistas que descobriram as propriedades milagrosas da planta, e pretendem assim criar um monopólio lucrativo, impedindo em termos legais as populações locais de usar essa planta que usaram desde sempre. De facto, parece que a regra nos dias de hoje é criar problemas para depois aparecer com a solução milagrosa e ganhar muito dinheiro. A privatização e patenteação da Natureza e da Vida é de facto um assunto muito sério, em variadíssimos aspectos incluindo éticos. Esta semana também começou a ser julgado no Supremo Tribunal de Justiça dos EUA um caso a propósito de patentes de um laboratório de dois genes ligados ao risco de cancro da mama e dos ovários. A questão de fundo é se os genes devem ser patenteáveis.
Na Grécia: a Troika ordenou uma total censura nos meios de comunicação europeus sobre a situação de verdadeira emergência humanitária que está a acontecer ao povo grego. A Aurora Dourada deu início à doutrinação de crianças do ensino primário com os ideais do partido de extrema-direita.
Na Húngria: o parlamento húngaro aprovou uma extensa emenda constitucional que determina, por exemplo, o controlo da liberdade religiosa e a redefinição de funções do Tribunal Constitucional. Ser sem-abrigo passa a constituir um acto criminoso e dá direito a multa ou pena de prisão; campanhas políticas nos meios de comunicação passam a ser proibidas; a noção constitucional da família é restringida ao casamento entre um homem e uma mulher e respectivos filhos.
Na Itália: o partido populista, o Movimento 5 Estrelas, liderado pelo ex-comediante Beppe Grillo, é o vencedor das eleições italianas. Aparece contra o sistema e os políticos, ataca os sindicatos, está disponível para dialogar com a extrema-direita, quer proibir o financiamento público dos partidos e impede os seus próprios candidatos de participarem em debates.
Em Portugal: está em implementação o Sistema Integrado de Informação Criminal, com o objectivo de controlar politicamente a investigação criminal e as informações produzidas, aproveitando-as para fins que a Constituição não permite, como a "prevenção de ameaças graves e imediatas à segurança interna", conceito muito abrangente, que inclui até meras manifestações cívicas. O Ministério Público, que por imposição constitucional dirige a investigação criminal e a quem todas as polícias criminais devem obediência funcional, está afastado da direcção deste sistema. Estão também a ocorrer acções de formação da GNR a civis, com as quais se pretende que estes venham a ser «interlocutores das forças policiais junto das suas comunidades». e que «estas pessoas podem também fornecer às forças policiais informação privilegiada sobre o que se passa nas comunidades». Tal não é inédito em Portugal, em 1945 Salazar com o objectivo de modernização do aparelho policial secreto cria a PIDE, atribuindo-lhe a missão de defender o regime contra as actividades das organizações clandestinas e «subversivas». É instituído o recurso a métodos que iam da vigilância dos actos quotidianos, da correspondência e das telecomunicações privadas de «suspeitos», à prisão sem culpa formada e à criação e manutenção de uma rede tentacular de informadores civis. Esta teia de vigilância civil era um dos pilares fundamentais da PIDE e adquiriu tais proporções na vida quotidiana portuguesa, que deu origem a hábitos sociais e culturais, ainda hoje detectáveis como o ditado: «até as paredes têm ouvidos».
O mais perturbador destas notícias é o acordar de todos os demónios que assolaram a Europa no século XX, muito dificilmente destes acontecimentos não resultarão consequências imprevisíveis para o futuro da Europa. A situação penosa na Grécia, o primeiro país a ser intervencionado pela Troika, já se pode afirmar sem grandes rodeios que o Neoliberalismo e as políticas de austeridade cegas conceberam um filho chamado Aurora Dourada, conseguiram de facto ressuscitar o Nazismo com uma nova roupagem, algo impensável há uns tempos atrás. Ou acontece de facto algo extraordinário, ou a Europa vai entrar, novamente, numa longa noite.
Eu saio à rua no dia 2 de Março porque em pouco mais de um ano e meio deixei de conhecer o país em que nasci, vi a pré-instalação de um paradigma que ninguém votou nem ninguém quer, de um paradigma que oprime e limita os direitos e liberdades dos cidadãos e da sua dignidade, vi a desigualdade, o desemprego e a pobreza aumentarem, vi pessoas doentes com cancro e seropositivas que deixaram de receber medicação e tratamentos para não haver gastos de dinheiro, vi deficientes acamados a pernoitarem em frente à Assembleia da República a lutar pelos seus direitos, vi famílias carenciadas que deixaram de ter qualquer apoio social entregues a si próprias, vi jovens a serem agredidos pela polícia por não terem pago um bilhete a um cão, vi uma idosa a pedir esmola nas ruas porque os filhos e netos ficaram desempregados, vi duas pessoas serem constituídas arguidas por distribuírem simples panfletos, vi pobres a ficarem mais pobres e ricos a ficarem mais ricos, vi a serem instaladas as palavras-chave “Austeridade, Precariedade, Competitividade” por toda a Europa, vi a esperança desaparecer do rosto das pessoas, vi uma canção ser cantada na Assembleia da República, vejo actualmente um Governo e um Presidente em fuga e com medo dessa canção.
O povo é quem mais ordena.
Evento na Covilhã: https://www.facebook.com/events/251437774989391/
Cerca de 250 mil portugueses emigraram nos últimos dois anos. Hoje, o cenário não é melhor, e muitos mais portugueses vão...
Ao contrário da anterior onda emigratória, dos anos 60 e 70 do século passado, caracterizada pela fuga de mão-de-obra essencialmente operária, esta nova vaga reflecte a fuga de jovens qualificados. O país está a perder património intelectual, no qual investiu mas donde não vai tirar partido.
A actual situação económica e a falta de soberania, são avessas à criação de oportunidades para todos, qualificados ou não.
A precariedade laboral é outro grande problema estranhamente entranhado na nossa sociedade. Ainda sem experiência no mercado do trabalho, por fora, questiono aquilo que “os outros” chamam de precariedade laboral. Será masoquismo, serventia, oportunidade ou necessidade?
Como finalista do “maldito” curso de Arquitectura, o qual tenho imenso orgulho em completar, puxo a choradeira ainda mais para os meus pares e estou convencido que a situação está pior do que o próprio país. Na verdade, os arquitectos são formados em quantidades industriais desnecessariamente e são, ao que me parece, regulados inconvenientemente.
A formação industrial de licenciados ou mestres é um problema comum a quase todas as áreas. Não existe colocação no mercado de trabalho para todos e, ter um canudo tornou-se tão banal que não sabemos se estudamos para exercer por afirmação pessoal ou por complemento intelectual (diversão)... Algo está mal.
Nem tudo é mau. Somos uma sociedade com muita formação e, acredito, com qualidade, independentemente da instituição de ensino, apesar de existirem alguns casos públicos que provam o contrário...
A partir do momento em que nos formamos devíamos estar em pé de igualdade com todos os outros, mas uns têm mais sorte que outros, independentemente do seu talento. A sorte, na maioria dos casos, está directamente ligada ao compadrio ou ao berço de ouro – hoje existem cada vez menos –, e em poucos casos alguém é reconhecido pelo seu real valor. Admito algum ciúme. Outros também. Mas atenção, isto não é uma crítica, é uma análise ao que nos rodeia.
Num país com quase 1 milhão de desempregados, sem oportunidades, sem soberania, com uma carga de impostos incrível, com casos reconhecidos de precariedade laboral e exploração, com uma taxa de desemprego jovem absurda, com um mercado de trabalho desregulado e com uma política salarial miserável eu questiono-me: o que me prende a Portugal? Como finalista de um curso superior e analisando o nosso mercado de trabalho comparando-o com outros mercados estrangeiros, quase nada me prende aqui. No entanto, as poucas coisas que nos prendem aqui são demasiado importantes para tomarmos de ânimo leve a decisão de abandonarmos o barco, só porque queremos exercer a profissão para a qual estudamos. Que país ingrato.
Para tentar “vencer” o país, comecei há muito a procurar as escassas oportunidades, dei-lhe uma última oportunidade. Afinal, todos a merecem.
Júlio Campos Soares
Li há uns meses um livro do filósofo Rob Riemen com o sugestivo título "O Eterno Retorno do Fascismo". Logo no 1º capítulo o leitor é brindado com uma genial alegoria sobre o surgimento do Fascismo ou de um outro qualquer totalitarismo. Refere a história dum médico que se depara com um rato morto no patamar, embora tratando-se duma descoberta insólita não lhe dá muita importância, apenas prevenindo o porteiro. No dia seguinte descobre mais três ratos mortos. O porteiro garante-lhe que se trata apenas duma brincadeira de garotos. Nos dias seguintes continua a deparar-se com um número crescente de ratos mortos na cidade, e ao mesmo tempo um número crescente de pessoas doentes com os mesmos sintomas. Não restam dúvidas, trata-se duma epidemia. Mas de quê? Um colega mais velho adverte-o que ambos sabem muito bem do que se trata e de que, além disso, toda a gente incluindo as autoridades, negarão a verdade enquanto for possível, alegando que não pode ser verdade, que já não há nada disso, que não vivemos na Idade Média, que não devemos ser alarmistas... Mas como o autor refere negar os factos não os muda, e quando a epidemia se espalhou por toda a cidade, foi necessário dar-lhe um nome: Peste!
Em Portugal tem surgido vários ratos mortos no que respeita a ataques às liberdades e direitos dos cidadãos, negar os factos não os muda, a continuar este caminho um dia vai ser necessário dar-lhe um nome.
Esta semana um relatório da Agência Europeia do Ambiente alertou para potenciais riscos ambientais das novas tecnologias, criticando governos e empresas que têm ignorado vários sinais de risco, tendo levado a danos evidentes para a saúde humana e para o ambiente. O relatório acusa directamente o sector privado de ter manipulado a opinião pública em vários momentos, através de cientistas contratados ou comentadores nos órgãos de comunicação social. “Fabricar a dúvida, desrespeitando as evidências científicas sobre os riscos e alegando excesso de regulação, parece ser uma estratégia deliberada de alguns grupos industriais e think tanks para minar o processo de decisão baseado no princípio da precaução”, alega o relatório. Já Lester Brown chamava a isto a mentalidade do “business as usual”, fazer negócios como de costume, o que interessa são as palavras-chave empreendedorismo e inovação em vez das palavras segurança e sustentabilidade, empreender e inovar não se sabe bem para quê nem para quem, mas é preciso manter a máquina do mercantilismo a rodar, e colocar produtos nos mercados para serem consumidos, mesmo que provoquem Cancro ou a doença de Alzheimer não importa, são os chamados danos colaterais. E é devido a esta mentalidade do “business as usual” que estamos como estamos, em que as pessoas são tratadas como meros danos colaterais, em que só há espaço para o consumismo e deixou de haver espaço para a humanidade.
Há quanto tempo vivemos em crise? Pergunto-me, perdi definitivamente a conta de quando foi a primeira vez que ouvi falar que estamos em crise, é como se o facto de estar em crise se tivesse tornado numa condição permanente neste país, há muito tempo que estamos em crise, muito antes de terem entrado o FMI e a Troika, eram outras crises domésticas e de pouca importância, pensávamos nós, mas que confluíram no desastre actual. Como é que deixamos e permitimos que isto acontecesse? Como é que permitimos que tivessem usado e abusado do nosso dinheiro em coisas que não serviam o país? Como é que nos deixamos adormecer desta maneira e que agora nos está a custar imenso a acordar? Como deixamos que outros direcionassem um caminho errado para o país e consequentemente para as nossas vidas? Sabemos que as coisas estão mal, sabemos que com o caminho actual não irão melhorar, antes pelo contrário irão agravar-se, sabemos que nos estão literalmente a roubar e já não é de agora, sabemos que nos mentem diariamente, também já não é de agora, e até sabemos o que deveríamos fazer ou o que é necessário fazer, assim desejamos realmente agir segundo o que sabemos? É com esta pergunta que nos deparamos numa espécie de beco sem saída, deixamos que outros controlassem as nossas vidas e o país que nos tornamos preguiçosos, eles que tratem disso que a economia e a política são muito maçadoras, o melhor é não dizer e nem fazer nada por que eles mandam e têm poder, e assim foi moldado e formatado o cidadão, não só de Portugal mas um pouco em todo o lado, acomodado e apático. A crise está a trazer muitas mudanças, o país está mesmo a mudar, uma das mudanças, parece-me, é a que o cidadão comum está a acordar, agora falta com que ele aja e encontre por ele e em colaboração com outros cidadãos as alternativas que não estão nos memorandos assinados nem nas vontades políticas dominantes, mas que existem.
...não desejo uma coisa que é impossível, um melhor ano, a ti, que permitiste a eleição e manutenção deste governo, e por termos sido despedidos de empresas que trabalhavam para o TGV e outras infraestruturas pagas pela UE, por não termos com que pagar as obrigações que adquirimos, com a estabilidade sempre prometida, de um povo que lutou por isso...
entretiveste-te com as 7 maravilhas, as palermices das bandeiras e dos futebóis, para eles há dinheiro e meios, para tratarmos da saúde de nossos idosos e doentes crónicos, não há! pedem-nos contenção nos gastos com a saúde, e nas escolas crianças são despejadas de casas e vão para as aulas, sem nada no estômago, talvez na escola lhe dêem qualquer coisa...
quando o ano termina, com tudo vendido ao desbarato a impérios capitalistas e mais do mesmo, que em qualquer altura, não se importam de matar pela fome e pelo nojo que têm pelas classes desfavorecidas...
ainda me dizes: um bom ano?
não pode ser, tu assim o permites...! e os outros olham para ti, quando preferiste ir para a praia e ir atrás de estórias, bem contadas e orquestradas, e continuas ad aeternum a acreditar nisso, que até gastas mais do que deves, quando tu não tens bancos e é para eles que vai o dinheiro, que os usurários, muito asquerosamente e cheirando a sangue, nos passam para as nãos daqueles que traíram a economia de um país por interesses pessoais e agora lavam as mãos, como se nada de passasse e ainda mais lucros obtiveram com isto, e os devedores de bancos falidos, dão-se ao luxo de não pagarem muitos milhões, porque sim, tudo têm e podem, porque seja que grau de Justiça for, está do lado desses ladrões bem-vestidos e aparentados...
não quero o teu jogo, de aponta-dedos e de poucas armas em punho... que ano querias?
comerás o que semeaste...
... e eu também, os meus também, por culpa TUA!
Quanto ao motivo deste post, coloquei há tempos um aviso sobre este mesmo grupelho, sobre os contínuos posts homofóbicos, que estavam a aparecer todos os dias, do mais reaccionário, ultra-conservador e criminoso, contra a liberdade e contra os Princípios basilares dum Estado de Direito Democrático.
Na altura, poucos, mas bem críticos e de comentário assertivo, defensores da liberdade e da democracia, agiram com muita tenacidade, e este grupelhozito (neonazi), mascarado de lutador pela mudança do nosso país, além de ter sido denunciado, foi posto, juntamente com o seu discurso homofóbico, à consideração da administração do Facebook. E lá retiraram por horas os ditos posts, mas voltaram à carga passadas horas com outros posts, ainda mais reaccionários e em que achincalhavam os comentários contra a atitude deles, apelidando-os de trolls, etc. e com citações de artigos do século passado do mais reaccionário e estupidificante que poderia haver...
Entretanto e para não estar a perder muito tempo com isto, foram obrigados a retirar esses comentários, mas, pelos vistos, voltam agora com um tema fracturante, tal como a direita noutros países apregoa, o papel da mulher na sociedade, em casa e a procriar...
Quem semeia estas teorias, são sempre os mesmos, e continuamos com a nosso conformismo e passividade a permitir a evolução em número destes ferozes velhos do restelo, saudosistas de um triste passado, tal como o fascismo, reabilitado em lugares chave, quer que assim se retroceda, um século pelo menos... apoiados pelas novas tecnologias, que em muito desprezam o que na altura era extremamente necessário, a mão-de-obra humana, pois se até crianças de pouca idade trabalhavam em campos, minas, fábricas, etc.
Estes grupos, estão espalhados e camuflados em todas as redes "sociais", juventudes, clubes de desporto profissional...
Interessante, na altura, ninguém ter ligado; outros ainda eram tudo o que era anti-semita, que os judeus estariam relacionados com a indústria pornográfica de todo o mundo, para maior alienação dos tarados e frustrados, que por aí reinam...
Ainda bem que aos poucos se desmascaram e podem ser combatidos, ignorados e mesmo denunciados.
Já tinha anteriormente partilhado este texto entre quem me é mais próximo, mas gostaria de expandir este excerto por quem estiver interessado em ler. Foi retirado de uma obra que li há uns meses, de Federico Rampini:
"O dia 6 de Agosto de 1945 tinha começado com uma linda manhã de Verão. Jogávamos às escondidas no pátio. Era a minha vez de contar, por isso estava com os olhos fechados e com as mãos a cobrir o rosto.
O clarão, uma claridade branca pura, foi de tal maneira forte que me lembro de ter visto os ossos nas minhas mãos, transparentes, como nas radiografias. Depois, o silêncio total. Em seguida surgiu um ruído ensurdecedor, como se centenas de tanques estivessem a correr contra nós.
A recordação constante é uma sensação sufocante, faltava o ar, em redor tudo era escuro, tudo ardia. Sentia o cheiro a queimado e os meus companheiros gritavam: queima! (...)Uma jovem mãe levava um filho às costas e procurava desesperadamente o outro filho, mas quando passámos à sua frente vi que o menino que levava às costas tinha a cabeça desfeita. Aquela imagem angustia-me constantemente. Chegados ao rio, vimos um inferno: milhares de seres humanos enegrecidos, nus e queimados como vermes horrendos. Todos queríamos água, mesmo quem não conseguia mexer-se implorava. Dois dias depois, podíamos atravessar aquele rio a pé, caminhando sobre uma ponte feita de cadáveres."
Este foi o efeito do bombardeiro americano B-29 Enola Gay, que lançava no céu de Hiroxima a bomba Atómica. Era o equivalente a 15000 toneladas de explosivos e criou uma bola de fogo cujas ondas de calor queimaram a carne humana até 3km de distância. Morreram 140000 pessoas, das quais 60000 nos meses após a explosão, devido ao efeito radioactivo. Outras 75000 foram mortas em Nagasáqui, onde a segunda bomba foi lançada dias depois.
Com 68 anos, Tanemori é um 'hibakusha', que traduzimos como "sobrevivente", mas que em japonês significa "pessoa afectada por uma explosão", ou então "pessoas que não se suicidaram embora tivessem todas as razões para o fazer".
Mesmo os médicos que sobreviveram e tentaram ajudar nos salvamentos, não faziam ideia do que acontecera, então deitaram óleo nos corpos queimados (que fez com que a temperatura dos corpos subisse até 7000ºC). "Enfrentávamos o desconhecido, com remédios patéticos".
"A mim a bomba tirou-me tudo. destruiu a minha família. O rasto da minha mãe e da minha irmã mais nova perdeu-se no dia 6 de Agosto. O meu pai morreu no dia 3 de Setembro, das queimaduras. Um mês depois foram os meus avós e a minha irmã mais velha. Só eu sobrevivi, mas a sociedade, a partir daquele dia, passou a olhar para mim com desagrado: era um órfão da derrota.
Aos 16 anos tentei suicidar-me. Perdi a vista. Tive um cancro e aos 40 anos já tinha sofrido dois enfartes. Fui enviado para a Califórnia em 1956 para me tratar, quase me mataram, reduzido a cobaia de laboratório para investigações.
Os 200000 que morreram em Hiroxima e Nagasáqui não foram os mais desgraçados. Foram logo para o paraíso.
O general MacArthur impôs a censura sobre os danos causados pela Bomba A. As notícias sobre os hibakusha e as suas doenças podiam ensombrar a legitimidade moral de quem tinha lançado duas bombas atómicas."
Apesar de estar ciente das circunstâncias, e de que, provavelmente, a decisão não foi tomada de ânimo leve, questiono-me: Não poderia mesmo ter sido evitado este acto desumano? Virão outros como este? Na sociedade contemporânea, os Estados têm igual voz na cena internacional? Irão os EUA ou a China instaurar uma "sociedade internacional", subjugando os demais e ditando (ainda mais) as regras que os 193 estados-membros da ONU têm que acatar? Fará a Alemanha o mesmo dentro do plano europeu? Deixo o resto para a reflexão, interpretação e (possível) acção de cada um.
Um assunto que tem tomado particular importância na minha reflexão passa pelo facto de a população pensar que o poder político ordena e o povo apenas obedece. Bem, isto é uma mentira.
"O poder político não é uma coisa nem um estatuto, é um serviço. Por poder entendemos um acto humano, exercido num campo socialmente politizado, através de uma relação complexa de interesses expressos, forças disponíveis e factos perceptíveis, institucionalmente mediada, com significado estrutural inteligível.
O poder não deve instituir-se nem conservar-se, deve honrar a autoridade que lhe é conferida, legitimada."
Em última instância, o povo é quem detém o poder, e a obrigação deste não é apenas exercer o direito (dever cívico) de voto. Tanto o executivo (governo), como o órgão legislativo representante da vontade geral (Assembleia da República), e o poder dos tribunais (judicial) devem estar sujeito a uma constante monitorização. É nisto que falha o nosso sistema, todo o poder político tende naturalmente para o abuso. Esse abuso de poder deve ser travado com um poder ainda maior, que é o poder do povo.
A nossa função vai muito além de votar, de apoiar ou discordar, nós temos a função delimitar. O poder executivo não deve interferir com o poder judicial ou legislativo, e vice versa! Eu arriscaria também a acrescentar o poder dos media e da comunicação social (muitos recordaram o recente caso Relvas). É nosso dever evitar que um poder tenha influência no outro, e que o poder político influencie os órgãos de informação, pois se isso não acontecer, será o fim do sistema tripartido do poder, da dimensão pluralista característica do parlamento e da nossa soberania.
Ou seja, a finalidade do povo é prevenir um regime despótico e tirânico (autoritarismo, fascismo, imperialismo/nazismo/pantocracia) - sei que muitos incluiriam o comunismo, mas por ora, não o farei.
Bem... Começando a falar neste assunto acabei por utilizar matéria que adquiri na área da Ciência Política, e no meio disto recordei-me de uma frase que me foi dita: "Se não forem vocês, alunos de Politologia, a explicarem aos demais isto, quem o fará? Os alunos das ciências exactas?" - e deste modo fui ao encontro dos meus gatafunhos das aulas para acrescentar a definição de poder (usada anteriormente) e de legitimação, que passo a citar:
- Legitimação é um acordo tácito entre quem manda (governante) e quem obedece (governado), sobre princípios e regras que fixam atribuição e limites de poder, mediante consentimento, activo, quando induzido por carisma, e passivo, quando é induzido por persuasão.
Com isto tudo, quero apenas reafirmar que os portugueses não devem ser agentes passivos. Não existem apenas Fado, Futebol e Fátima. Não quero também falar em nomes, números ou partidos, mas num problema geral que acontece por culpa do povo, que se deve mexer, e não actuar como "zombie", aceitando que tudo lhe seja imposto sem sequer uma explicação ou uma afirmação. Contestem, duvidem, concordem, discordem, protestem, apoiem, exponham os vossos valores, as vossas opiniões! Não temos todos que concordar ou discordar, aí está o verdadeiro sentido de uma democracia, a diversidade de pensamentos e a prevalência de uma vontade geral, uma vontade que suprime os interesses particulares e tem apenas como fim a propagação de um bem comum.
Hugo Lopes
«A História repete-se sempre, pelo menos duas vezes.», afirmou Hegel. Karl Marx acrescentou «...a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa...».
Marx reparou numa coincidência: de acordo com o antigo calendário republicano, dois Bonaparte, tio e sobrinho, ascenderam ao poder através de golpes de estado levados a cabo no mesmo dia do mês. O título, contudo pode levar a uma pergunta, ou seja, onde reside exactamente a farsa? Não nas consequências dos factos, que fique claro. Na posse das mais recentes realizações da industrialização da guerra, Luís Napoleão espalhou ainda muito mais tragédia à sua volta do que o seu tio. A diferença está toda no carácter dos personagens, entre o trágico Napoleão e o seu sobrinho farsante.
Vivemos na actualidade, mais uma destas repetições da História, tragédia e farsa, mais uma vez. Seria bom que esta imagem conseguisse transmitir a sensação do abismo que descreve.
O autor quis colocar lado a lado dois dos principais protagonistas da farsa actual. Com origens diferentes, a semelhança com a actualidade é patente, sobretudo no que respeita aos "méritos" da moralidade austeritária, mas apenas para quem se preocupar com os factos, algo que só preocupa quem se preocupa com a possibilidade de estar enganado. Para estes, como por exemplo, para o cronista do Finantial Times e do Der Spiegel, Wolfgang Münchau, a repetição da História, hoje como então, mostra o caminho do Inferno e a falência crítica da social-democracia do norte da Europa. Mas a farsa, essa, onde é que fica?
Talvez a reconheçamos, se conseguirmos imaginar a sra. Merkel contemplando o anel dos Nibelungos, enquanto chora a morte do seu amado Siegfried. O crepúsculo dos deuses, esse, anuncia-se tão destruidor como sempre.
Licínio Nunes
De todos os génios do mal que nos chegam hoje em dia, de além-Reno, o Ordoliberalismo germânico é o mais presente na nossa consciência. Poderá ser suplantado, nos seus efeitos maléficos, pelo Génio da Energia Alemã. Noticiou o Expresso que aquele número -- 22 mil MegaWats.hora -- é o equivalente à produção de 22 centrais nucleares. As centrais nucleares são boas para um único propósito: fazer contas de cabeça; um reactor nuclear igual a um GigaWatt de potência. Logo, se o total de produção foto-voltaica alemã foi de 22 GigaWatt.hora, num período de 24 horas, isso significa que a produção foi sensivelmente igual ao que um único reactor nuclear teria produzido durante o mesmo período de tempo.
A Europa precisa, desesperadamente, de reganhar a capacidade de inventar o futuro que a definiu e fez grande. As mentiras alemãs, financeiras e não só, levam-na ao desastre. Atente-se nos números: o preço de combate do foto-voltaico, na actualidade, é o chinês. Cerca de 1 200 dólares por KW de potência. Uma central foto-voltaica produz cerca de 12 horas por dia -- valor médio, equinocial -- logo, 1 KW de potência estável, disponível 24 horas por dia, requer o dobro da potência nominal, ou seja, 2 400 dólares por KW. Acresce que é necessário compensar a natural variabilidade diária e climática, pelo que o número real se aproxima dos 3 500 - 3 600 (e podemos escrever já, euros) por KW de potência fiável. A «grande ideia» ordoliberal consiste em subsidiar a produção de energia renovável. Nada de errado, excepto nos montantes: cerca de 1.7 cêntimos por KW.hora para a energia eólica, 15 cêntimos por KW.hora para o foto-voltaico. Preços assegurados pelo prazo de 25 anos, pelo que, contas feitas no final desse prazo, a solução alemã será cerca de vinte vezes superior ás alternativas mais razoáveis. Note-se que a margem de erro é a mesma que naquela noticia do Expresso. Não ficarei surpreendido, se algum economista demonstrar que a margem de erro nos cálculos financeiros que atormentam o nosso presente, é da mesma ordem.
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