O meu Voto para François Hollande! Voto de fé.
Hoje dei comigo a ter uma centelha de esperança. Ainda por cima num francês!
Infelizmente, nos portugueses que nos (des)governam e que ocupam os mais altos cargos, desde a presidência da República, passando pela PGR até aos órgãos de poder local, não espero nada de bom! Meto-os quase todos no mesmo saco, arrumados entre o BPN, o Freeport, os submarinos, ou outros compartimentos menos onerosos mas igualmente duvidosos. Olho para estas caras e nomes, que já cansam de repetidos, e pergunto-me se não haveria em Portugal gente maior. Sei que sim e conheço alguns mas não estão contaminados…
Aceito que esta ideia generalizada, possa ser resultado de desinformação ou deformação, mas por maior vontade que tenha, não consigo desatar a actividade politica/partidária dos interesses pessoais de quem a exerce. Qual serviço público! Sei que neste ponto estou na norma porque são muitos os portugueses que partilham este pensamento e até há sondagens que o mostram. Não há pois recuperação que me salve. E não é bom, viver num país com esta desconfiança. Estou massacrada e ainda por cima impotente para me insubordinar contra tamanho opressor.
Este estado desafeiçoado da vida politica, faz-me procurar avidamente notícias boas. Por isso hoje, deixo aqui o meu voto para Hollande, porque tive urgência de encontrar sinais positivos na leitura do Expresso: o candidato socialista francês pretende renegociar o Pacto Orçamental Europeu e tentar limitar a especulação com a nossa dívida. Parece uma qualquer vontade de defender o meu país dos “estrangeiros” liberais que o governam. Encontrei uma nesga de esperança nas intenções do candidato. Apanhei esta. Vou aguardar a sua vitória.
Agora só espero que não seja contaminado com o vírus que existe na classe política portuguesa já que existe um infectado em Paris.
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Hoje e contrariamente ao habitual, enrolei-me nuns trajes de velha, agarrei um pau e juntei-me ao desfile de carnaval dos meus alunos e da minha escola. Este ano quisemos avivar a tradição do entrudo e reduzir os gastos. Os alunos, que no início resistiram à ideia preferindo encarnar as personagens dos fatos que abundam nas lojas dos donos da EDP, deixaram-se convencer na sua maioria e lá iam com as roupas velhas que, ora lhes mudavam o género, ora os transformavam em figuras de outros tempos. Claro que não podia ficar de fora e apesar de não ser muito adepta deste festejo, acabei por me divertir, contagiada pelos acessórios e pela empatia das crianças. Também eu contrariei a minha resistência e por momentos esqueci-me da desgraçada vida do meu país e gozei um pouco. Este esforço valeu a pena!
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Agradeço ao Rogério da Costa Pereira este convite que me baralhou mas que me deixou muito honrada. Escrever é um dom que não tenho. Faço-o apenas com objectivos profissionais ou em circunstâncias excepcionais. Por isto a primeira ideia que me ocorreu foi recusar mas decidi contrariar-me, pôr-me à prova e desfiar as coisas que digo em surdina, em frases que possam ser lidas.
Sou muito implicativa com o que escrevo e dou muitas voltas às palavras até que nasça um texto. Nesta guerra costumo perder muito tempo. Mas vou deixar-me de vírgulas e outros empecilhos e escrever sem censura.
Claro que nesta decisão também pesou a admiração que tenho pelo Rogério, pela sua coragem e frontalidade. Portanto aqui estou, nesta sala ainda vazia,mas não prometo nada!
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