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Não há como negar

por Francisco Clamote, em 21.01.14
O governo, pela boca dos dirigentes dos dois partidos, acompanhado pelo coro formado por quase toda a comunicação social, insiste que não é mais possível negar que as coisas estão a correr pelo melhor e que a partir de agora é injusto não falar do sucesso do "ajustamento" levado a cabo pelo governo PSD/CDS.

Não se pode negar, com efeito:

-Que os juros da dívida pública têm vindo a descer em paralelo com os juros da dívida de outros países intervencionados (Irlanda Grécia e Espanha designadamente) ainda que não por acção do governo português cujo poder, presumo, não chegará tão longe, mas devido à actuação do BCE, como tem sido sublinhado por entidades independentes;

-Que nos últimos trimestres,  a economia portuguesa tem crescido, embora tenuamente, através da recuperação do consumo, não porque essa fosse a vontade e a política do governo,  mas sim porque a política de cortes do governo foi travada pela decisão do Tribunal Constitucional permitindo, assim,  um inesperado desafogo às famílias que estas converteram, em parte, em consumo;

-Que o desemprego tem descido algumas décimas nos últimos meses embora se desconheça a qualidade dos novos empregos entretanto criados e não se ignore o efeito pernicioso do surto de emigração dos melhores quadros entretanto ocorrido e estimulado por entidades governamentais.


Mas, se não se podem negar estes sinais que têm tanto de bons, como de ténues, como de equívocos, também não se pode negar:

-Que o desemprego continua em nível elevadíssimo e, para surpresa da troika,  muito mais elevado do que o estimado aquando da celebração do memorando de entendimento;

-Que, apesar da economia estar, presumivelmente, a crescer nos últimos trimestres, o crescimento, no ano de 2013, no seu conjunto, ainda foi negativo, somando a economia portuguesa, ao fim de três anos sob esta governação, um decréscimo à volta dos 6 ou 7%, o que faz com que o PIB do país, graças à pandilha que tomou conta do "pote",  se encontre actualmente ao nível de há 10 anos atrás;

- Que a meta do défice das contas públicas, desde que este governo entrou em funções, nunca foi alcançada, pese embora o facto de a troika, após cada avaliação, ter permitido  que o défice fosse frequentemente revisto e aumentado, perante os sucessivos fracassos do governo, não obstante este ter recorrido sistematicamente ao expediente das receitas extraordinárias.

Aparentemente, a excepção terá sido o défice referente a 2013, visto que  tem vindo a ser apregoado que, desta vez, o défice vai ficar abaixo ou em linha com os 5,5% previstos, depois de mais uma revisão em alta  (de 4,5% para 5,5%). Admitindo-se que assim possa vir a ser, continua a não se poder negar que não estamos perante nenhum êxito, quando se sabe que a meta só foi atingida através dum vergonhoso perdão fiscal que é, simultaneamente, um insulto a todo e qualquer contribuinte cumpridor.


Lembrando que um tal défice é, mesmo assim, muito superior ao inicialmente previsto no memorando (3%), e recordando que o rácio da dívida pública era para, entretanto, baixar, que não para crescer, como se tem verificado, não há como negar que os proclamados êxitos deste governo não passam de rotundos fracassos.


Falar de sucesso, quando o que está à vista é o retrocesso, em particular no que respeita à ciência, à investigação, à inovação, à cultura, à riqueza produzida e à crescente desigualdade na sua distribuição,  é algo que só está ao alcance de uns quantos desonestos intelectualmente. 

Infelizmente, de um tal número não é possível excluir nem o governo, nem a presidência da República, nem a maioria parlamentar, nem os escribas, vendidos ou comprados. Todos, por uma razão ou outra, estão ao serviço da propaganda governamental. Razões que, seguramente, não são boas. Espero que não estejam à espera de absolvição. 

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publicado às 21:43


"De consciência tranquila"

por Francisco Clamote, em 13.12.13
Passos Coelho, o ainda primeiro-ministro, confessava, há dias, estar de consciência tranquila.

São tantas as inconsistências (entre o que diz num momento e o que afirma minutos depois) e as contradições (entre o dito e o feito) que pensei cá para os meus botões: este rapazola, ou tem a consciência lassa, ou muito fraca memória.

A leitura de dois textos, hoje vindos a lume (" O plano A", de José Manuel Pureza e   "Swaps: quem manda!", de Carlos Costa Pina) obrigam-me a rever a minha posição. O rapazola, afinal, tem razão: perante os seus amos (o capital e a banca) pode estar de consciência tranquila, pois não restam dúvidas de que os interesses que serve não têm a menor razão de queixa.

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publicado às 14:42


Tratados como imbecis. Quosque tandem?

por Francisco Clamote, em 05.12.12
O recuo do governo português (mais um) relativamente ao pedido de atribuição a Portugal das condições concedidas à Grécia, no que respeita à redução da comissão dos empréstimos, ao prolongamento do prazo do reembolso e à possibilidade de adiar o pagamento dos juros, tem sido justificado com o receio de que tal pedido poderia ser mal compreendido pelos "mercados", podendo afectar a reputação do país como entidade com capacidade para cumprir os seus compromissos face aos credores. 

A justificação, se bem que em linha com a advertência do ministro alemão Wolfgang Shhäuble, a quem é atribuída a afirmação de que o pedido "seria um sinal terrível" (afirmação que, do ponto de vista dum credor, até é facilmente compreensível) é uma perfeita  imbecilidade, pois é evidente que, vistas as coisas pelo lado dos "mercados", a diminuição dos encargos com a dívida actual, só pode ser lida como favorável ao cumprimento de encargos derivados de emissão de dívida no futuro.

O que está, pois, por detrás do recuo é tão simplesmente a subserviência de que este governo tem dado abundantes provas perante os ditames do governo da senhora Merkel. E é também, sem qualquer dúvida,  um sinal de que, para este governo, os portugueses não passam de um bando de imbecis.

E estamos nisto: uma equipa governamental de cócoras perante a senhora Merkel a tratar os portugueses como imbecis. Até agora, em completa impunidade.

Até quando?

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publicado às 14:51


Castelos na areia

por Francisco Clamote, em 30.11.12

Confesso que não assisti ao discurso de Jerónimo de Sousa na abertura  do XIX Congresso do PCP, tendo apenas lido os relatos publicados nos órgãos de informação, on line. Não ouso, por isso, dizer que Jerónimo de Sousa se limitou a repetir a "cassete", até porque, segundo creio, a "cassete" já caiu em desuso. Certo, no entanto, é que, tendo em conta os citados relatos, não se descortina, no discurso do secretário-geral do PCP, o mínimo resquício de novidade.

Se não me engano na leitura, diria que o discurso de Jerónimo de Sousa se caracteriza, antes de mais, por um evidente irrealismo das soluções propostas e pela completa ausência de auto-crítica.
Não existe no discurso, a menor referência ao facto de o PCP ter contribuído para a ascensão do governo de direita ao poder. O escamotear das responsabilidades do PCP em tal matéria tem como efeito contribuir para retirar credibilidade às soluções que propõe para o momento que o país vive, credibilidade que o irrealismo das soluções, em boa verdade, só por si, já não consente.
Defende o PCP, pela voz de Jerónimo de Sousa, a demissão do governo, a realização de novas eleições e a formação de um novo governo (de esquerda, presumo), mas sem a participação do PS. Construir castelos no areia é fácil e a proclamação de tal intenção até pode servir para entusiasmar fiéis, mas, como é evidente, tais edifícios levam mais tempo a construir do que a desfazer-se.
Hostilizando, uma vez mais, o PS, desvalorizando a contribuição do Bloco de Esquerda e desconfiando dos movimentos sociais, como de novo ficou claro, com que votos contará o PCP para construir um Governo de esquerda? Só com os votos dos fiéis? Manifestamente, são muito poucos para tamanha ambição.
Não, por este caminho, nem o PCP, nem a esquerda chegam lá. É pena, porque, desta forma, vamos ter que assistir, impávidos, ainda que não serenos, à destruição do país às mãos duma direita que já revelou até onde pode levar a insânia e o fundamentalismo de que se sustenta. Repito: é pena.
(imagem daqui)

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publicado às 22:52


Burro novo também não aprende línguas

por Francisco Clamote, em 29.11.12
Diz o provérbio que "burro velho não aprende línguas". Ouvindo a entrevista do primeiro-ministro, chego à conclusão de que burro novo também não. Nem línguas, nem coisa nenhuma.

E se "errar é humano e persistir no erro é burrice", é evidente que Passos Coelho é burro, pois demonstrou, ex abundante, durante a entrevista que, apesar de a política por ele seguida, durante o ano e meio que leva de governação, ter redundado num falhanço em toda a linha, em vez de inverter o rumo, persiste nas mesmas políticas que estão destruir o país e a condenar a sua gente à pobreza e à miséria.

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publicado às 21:39


Esperemos que não seja já tarde de mais

por Francisco Clamote, em 15.11.12
Cavaco confessou que não viu as imagens dos desacatos e da carga policial ocorridos, ontem, frente à Assembleia da República e Passos Coelho não sei se as chegou a ver. Facto é que nem um, nem o outro  se dispensaram de fazer comentários sobre os acontecimentos, elogiando, sem mais, a actuação policial. 

No caso de Cavaco Silva é simplesmente espantoso que alguém que não viu o que se passou possa, quando questionado sobre se não tinha havido excessos por parte das forças policiais, retorquir que "afirmações desse tipo só podem ser um insulto à polícia". Espantoso e preocupante, para não ir mais longe.

No caso de Passos Coelho, como digo acima, não sei se as chegou a ver. Em todo o caso, para fazer os comentários que fez, não deve ter tido tempo para as ver bem.

Em qualquer caso, pode em relação quer a um, quer ao outro, aplicar-se o que escreve Vítor Belanciano  num artigo de opinião com o título "Eles não aprendem nada", artigo que é, ao mesmo tempo um testemunho presencial dos factos e cuja leitura se recomenda, sobretudo a Cavaco Silva e a Passos Coelho. Isto, claro, partindo do pressuposto de que, embora não tenham aprendido nada, até agora, ainda queiram aprender para tirarem as devidas conclusões. Não sei é se, tal como conclui Vítor Belanciano, não é já tarde de mais.

Esperemos que não.

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publicado às 23:14


Sem palavras

por Francisco Clamote, em 09.11.12
Perante a situação dramática em que o país já vive; o desastre que o Orçamento do Estado para 2013 anuncia, confirmado por pareceres de todas as autoridades independentes com competência na matéria (Conselho Económico Social  - CES - e Conselho das Finanças Públicas - CFP); a conduta errática do actual (des)governo; o vazio que mora em Belém; o nojo causado por "discursos" como o de Isabel Jonetestou a ficar sem palavras.

Hoje, sobra-me uma: DESESPERANÇA.

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publicado às 15:38

Embora tardiamente, Passos Coelho concluiu, finalmente que chegou ao fim do caminho que tem vindo a trilhar. Só uma tal conclusão explica que tenha vindo agora a falar em "refundação", conceito que só pode ser visto como a última tábua de salvação a que um náufrago, como ele, pode lançar mão para não se afogar de vez. A "refundação" mais não é, pois, do que uma proposta de revisão da Constituição a realizar sob os auspícios da troika. Só que uma tal tarefa não a conseguirá ele levar a cabo sem a cooperação do PS, pois contando embora com a maioria dos deputados no hemiciclo de S. Bento, não dispõe da maioria qualificada de dois terços.

O PS já manifestou, por  várias vezes, a sua indisponibilidade para colaborar nessa manobra e não seria de esperar outra coisa. Além de lhe cumprir salvaguardar o estado e a coesão social, até aos limites do possível, sob pena de se desmentir enquanto partido socialista, contemporizar com uma tal iniciativa seria o mesmo que aceitar que "Roma" pode pagar a "traição dos idos de Março", uma segunda vez.: a primeira com a vitória eleitoral em Junho de 2011 e a segunda com uma revisão da Constituição oferecida de bandeja.

Diga-se, com toda a clareza, que  um tal cenário (o da colaboração do PS numa revisão constitucional, nestas circunstâncias) nem sequer me parece  possível, a menos que o PS esteja disposto a cometer suicídio.

Não significa isto que Passos Coelho, chegado ao fim do trilho, não tenha outros caminhos e um deles até  está nas suas mãos. Coelho pode, de facto, provocar a realização de novas eleições, demitindo-se. Quem sabe se, em novas eleições legislativas, não consegue os almejados dois terços para conseguir destruir a Constituição que tantos engulhos lhe tem causado desde a primeira hora.

Tem, aliás, boas hipóteses de alcançar o seu objectivo. Gente distraída é o que, neste país, não falta e com dinheiro à fartura e cobertura na comunicação social também pode contar. O Fernando Ulrich do BPI e o Nuno Amado do BCP, pelo menos, estão, pelo que tenho lido, dispostos a abrir os cordões à bolsa e dinheiro do BES estou em crer que também não faltará. E quanto à comunicação social sabe-se que está, na generalidade, do seu lado e há sempre um Mário Crespo, um Camilo Lourenço, um Henrique Monteiro, um Zé Manel e mais uns quantos "fanáticos", incluindo do sexo feminino (Maria João Avilez e Graça Franco, por exemplo) dispostos a dar uma ajudinha.

Mesmo assim, admite-se que o resultado não são favas contadas, pois os eleitores, por vezes, conseguem não se deixar cair na esparrela, por muito bem que esta tenha sido montada.

Mas nem um eventual insucesso deve preocupar Passos Coelho, pois mesmo derrotado tem emprego assegurado numa qualquer das empresas que já privatizou ou tenciona privatizar. Deixo aqui, desde já, algumas sugestões que Passos pode aproveitar. Por exemplo: electricista na EDP, ou na REN ou empregado  de cabina na TAP. Ainda ponderei sugerir o lugar de piloto na TAP, ou o de gestor nalguma das empresas privatizadas, mas acho que tais cargos estão fora de questão, pois não se entregam cargos de chefia ou de gestão a quem já deu provas, enquanto primeiro-ministro, que não tem competência, nem perfil para o desempenho de tais cargos. Duvido mesmo que, perante a inábil actuação, o "padrinho" Ângelo Correia o aceite de volta.

Mesmo na pior das hipóteses, não há razão para Passos Coelho desanimar. Há gente neste país, bem mais qualificada do que ele, que não encontra emprego, porque, graças à sua política de empobrecimento, Portugal já conta com mais de um milhão de pessoas desempregadas. Como último recurso, seguindo o seu próprio conselho, pode sempre emigrar. E cá estarei, numa tal eventualidade, a desejar-lhe boa viagem.

(imagem daqui)

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publicado às 00:53


A lei da selva

por Francisco Clamote, em 26.10.12

 

Fernando Ulrich, presidente do BPI, que, atendendo às suas frequentes e disparatadas declarações, mais parece um banqueiro enxertado num fala-barato, veio mostrar-se preocupado com a possibilidade de o Tribunal Constitucional vir a pronunciar-se sobre o Orçamento de Estado para 2013, à semelhança do que aconteceu relativamente ao Orçamento deste ano, alertando para o perigo de se estar a caminhar para uma "ditadura do Tribunal Constitucional".

Diga-se que o fala-barato mais não faz do que repetir, ainda que por outras palavras, as  afirmações do deputado do PSD, Miguel Frasquilho, que, apesar de ter outras responsabilidades políticas, não teve pejo de considerar que o  “enorme aumento de impostos” previsto para 2013 é a consequência da decisão do Tribunal Constitucional de “chumbar” os cortes dos subsídios a funcionários públicos e pensionistas, decisão que do seu ponto de vista, “lesou os interesses de Portugal”. 

Trata-se num caso e noutro de afirmações irresponsáveis, porque não há qualquer risco nesse sentido e, no caso do deputado Frasquilho, as afirmações são, além do mais, falsas, tendo em conta que o acórdão do Tribunal Constitucional limitou os efeitos da sua decisão para o futuro, permitindo ao governo reter, durante o corrente exercício, os subsídios de férias e de Natal subtraídos a funcionários públicos, pensionistas e reformados.

Em boa verdade, o único risco que Portugal corre, nas presentes circunstâncias, é o da subversão do Estado de direito sob a égide do actual executivo, com a conivência do presidente da República. 

Sabe-se, no entanto, aonde é que eles querem chegar. Contando que o presidente da República, o tal que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição, continue, à semelhança do que fez no passado, a lavar as mãos como Pilatos, face às mais que prováveis  violações da lei constitucional de que enferma o Orçamento do Estado para 2013, o que eles querem, com estes pronunciamentos, é intimidar e neutralizar o único órgão de soberania que ainda pode impedir a direita de impor no país a lei da selva. É este, muito provavelmente, o objectivo desta direita, vista ela, ou não, o disfarce de social-democrata.

Os "leões", pelos vistos, já andam à solta. Se conseguirem neutralizar o Tribunal Constitucional, não sei até onde irá a carnificina.

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publicado às 21:33


A "admirável" versatilidade do PSD

por Francisco Clamote, em 24.10.12
Quando se lê que o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Miguel Frasquilho, declarou hoje, na Assembleia da República que o seu partido vai votar favoravelmente o Orçamento do Estado para o próximo ano que é, nem mais nem menos, o que consagra “o maior aumento de impostos de que há memória”, “porque é uma questão de interesse nacional”, não sobra dúvida de que, para Frasquilho e para o PSD, o conceito de "interesse nacional" é muito versátil.
Tanto serve para recusar o relativamente modesto conjunto de medidas de austeridade do PEC IV, em Março de 2011, como, pelos vistos, justifica a aprovação do Orçamento portador do "maior aumento de impostos de que há memória".
Fazendo uso do conceito de "interesse nacional" com tal amplitude, que serve para justificar tudo e o seu contrário, quem é que ainda se afoita a levar a sério as palavras de tal gente?
(imagem e citações, daqui)

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publicado às 23:11


O "padrinho", entretanto, ressona

por Francisco Clamote, em 18.10.12
Perante o estado de degradação a que chegou a coligação no poder e conhecidas que são as previsões independentes que anunciam que o Orçamento do Estado apresentado por este governo é inexequível e que vai conduzir a um desastre de enormes proporções, a confirmar-se a previsão do FMI, que aponta para uma possível queda da economia superior a 5%, é evidente que o Cavaco Silva já deveria ter tomado uma qualquer acção no sentido de pôr cobro a esta situação.
No mínimo dos mínimos, como "padrinho" deste governo, já deveria ter chamado os cônjuges desavindos para porem termo ao triste e degradante espectáculo que vêm exibindo na praça pública. O mais certo e o mais adequado à situação seria, no entanto, dissolver este Parlamento e convocar novas eleições. Por muito incerto que seja o resultado de uma tal opção, pior não seria do que o desastre para que este governo está a conduzir o país, pois o desastre é mais que certo, face a todas as previsões de entidades independentes e às opiniões quase unânimes dos especialistas sobre a inexequibilidade do Orçamento apresentado. 
O facto, porém, é que, por enquanto, o "padrinho" não faz mais do que ressonar.
Minto: em abono da verdade deve dizer-se que, de vez em quando, durante os intervalos do ressonar, vai deixando um avisos no Facebook. Mas é tudo. Se calhar, Cavaco Silva acha que, como presidente da República, a mais não é obrigado. Só pode.

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publicado às 19:37


Não presta. Deita fora!

por Francisco Clamote, em 28.09.12
Passos Coelho não disfarçou a sua  surpresa, ou antes, incomodidade, durante um almoço conferência sobre desenvolvimento sustentado, no Centro de Congressos do Estoril,  pelo facto de os próprios empresários terem rejeitado as alterações na TSU, o que revela, como bem salientou António José Seguro, que Passos Coelho ainda não compreendeu que é indigno e imoral transferir rendimentos do trabalho para financiar as empresas .

Não compreendeu, nem vai compreender, acrescento eu. Como também ainda não compreendeu que, perdida, de uma vez por todas, a sua já pouca credibilidade, mesmo para os empresários e até para a direita no seu todo, ele já não passa dum empecilho, impossibilitado que está de dar ao país a confiança de que ele precisa como pão para a boca, e que já nem sequer está em condições de levar a cabo as reformas que se propôs. 

Julgará ele que são fortuitos e sem causa os pronunciamentos vindos da área do seu próprio partido, desde  as violentas críticas desferidas por Manuela Ferreira Leite contra a sua política, passando por João Salgueiro (a considerá-lo impreparado para governar) até chegar a Marques Mendes (aconselhando-o a recolher à toca)?

É a direita a dizer: Não presta. Deita fora!

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publicado às 21:15


Ó homem, solte-se!

por Francisco Clamote, em 20.09.12
Constata-se, face a esta  sondagem (infografia infra), que,  apesar da queda a pique do PSD nas intenções de voto, o PS não sobe e que só fica à frente do PSD, porque as intenções de voto neste partido vêm por aí abaixo.
O facto só pode ter, a meu ver, uma explicação: António José Seguro não é um líder que esteja à altura das circunstâncias.
Confesso que até nem desgostei das suas últimas intervenções, mas noto que é suficientemente tíbio para assumir, por inteiro, o legado do partido que lidera. O PS não tem nada que se envergonhar do seu passado, incluindo o mais recente, porque, se erros houve e sempre os há-de haver, porque errare humanum est, a verdade é que os anteriores governos liderados por José Sócrates, apesar das múltiplas resistências, obstruções e até traições, com origem, inclusive, nos partidos ora no poder e na Presidência da República, deixaram obra em múltiplos campos, obra que só pode ser motivo de orgulho para o partido. Relembro, designadamente, o investimento nunca visto na área da investigação, da ciência, da educação e da inovação, nas energias renováveis e nas novas tecnologias, sectores por onde terá de passar o desenvolvimento no futuro e que este governo tem vindo, sistematicamente, a desprezar. Com os resultados que estão à vista.
Para Seguro se mostrar inseguro basta acenarem-lhe com as PPP, onde, provavelmente, também  poderá ter havido erros, mas o certo é que nem aqui o actual líder do PS tem razão para se encolher. As PPP, nomeadamente as rodoviárias, tinham um propósito mais que justo. Só quem vive no litoral é que não reconhece que as obras lançadas com base nessas parcerias visavam antes de mais contribuir para evitar o isolamento e a desertificação do interior. O país não é só Lisboa e Porto. A coesão territorial, finalidade última dessas obras, só pode ser vista como uma política mais que justa.
Infelizmente não acabam aqui as queixas contra a actuação de António José Seguro, um homem ponderado, como ele diz, com verdade, e sereno, até demais, acho eu. De facto, como é que ele  não é capaz de  se insurgir e de desfazer a teia através da qual os partidos da direita se esforçam por atribuir ao PS a responsabilidade pela vinda da troika e pela assinatura do memorando? Não saberá ele que foi Sócrates quem mais se opôs à chegada da troika, tendo  resistido até não ter outra solução, já depois da queda do Governo, forçada por toda a oposição, da esquerda à direita, com esta  a reclamar e a pressionar, há muito, a entrada do FMI?  
Sabe com toda a certeza, pelo que é imperdoável que continue a pactuar com o logro. Por isso, daqui lhe digo: ó homem, conserve toda a sua ponderação e serenidade, mas solte-se. Duma vez por todas. Se não é capaz, dê o lugar a outro que seja capaz de pôr os pontos nos is.

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publicado às 16:55


O "patriotismo" de Portas

por Francisco Clamote, em 16.09.12
Se se atentar nas vezes que usa a palavra "patriotismo", Paulo Portas é, sem margem para dúvidas, um grande "patriota". Trata-se, no entanto dum "patriotismo" muito peculiar.
Tanto dá para provocar uma crise política cujas consequências estamos a sofrer e vamos continuar  a suportar por largos anos, ao rejeitar o PEC IV, com a justificação de ser inaceitável pedir mais sacrifícios aos portugueses, como dá para, logo a seguir, integrar um governo que, contrariando todas as promessa eleitorais, outra coisa não tem feito senão aumentar impostos, para já não falar de roubos de subsídios e salários, com violação descarada da lei e da Constituição da República.
O "patriotismo" de Portas está mesmo a atingir o máximo do paroxismo: o homem, por "patriotismo", não só calou o que lhe vai na alma contra as últimas medidas de austeridade anunciadas por Coelho, seu parceiro de governo, para não prejudicar as negociações com atroika, como, para permanecer no governo, como acaba de anunciar, vai engolir a "revolta" contra as alterações na TSU que põem os trabalhadores a financiar os patrões. 
O "patriotismo" de Portas até dá para, como ministro-dos-negócios-no-estrangeiro, continuar a passear de avião, em classe executiva, por esse mundo fora, o que lhe desagrada profundamente, como é sabido, suportando com estoicismo, por "patriotismo",  imensos incómodos.
O "patriotismo" de Portas, dá, pois, para tudo e ainda mais alguma coisa. Só não dá para crer.
No entanto, se trocarmos "patriotismo" por "oportunismo", tudo passa a fazer sentido.
(O dito cujo)

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publicado às 15:57


Carta de alforria

por Francisco Clamote, em 10.09.12
Reconhece o "Público" em editorial, na edição impressa de hoje, que António José Seguro (AJS), ganhou carta de alforria, com as últimas medidas anunciadas por Passos Coelho. Concordo, embora, a meu ver, a carta de alforria já estivesse à disposição de AJS há mais tempo e, designadamente, a partir do momento em que este (equivalente a) primeiro-ministro e o seu governo se propuseram "ir além da troika". O PS, se é que estava vinculado ao memorando, dúvida que alimento por razões que em tempos já explicitei, deixou de o estar a partir dessa altura.
Seja como for, assentemos que, a partir de agora, AJS tem mãos livres para defender a política que considerar como a mais adequada à defesa dos interesses do país e do povo português. Se até agora se podia considerar tolhido pelos compromissos anteriormente assumidos,  agora, livre desses compromissos, terá que abandonar a comodidade de se refugiar no álibi do memorando e terá de mostrar o que vale, enunciando o caminho que o PS pretende trilhar. 
É, a meu ver, a sua última oportunidade! Ou a aproveita, ou então que dê o lugar a outro.
(Ilustração daqui)

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publicado às 23:36


Há uma linha que separa

por Francisco Clamote, em 09.09.12

 

A linha que separa os ricos dos pobres é a traçada pela pandilha Passos Coelho, Gaspar, Portas & Cª. Hoje, depois da última "aparição" do chefe, é claramente visível. 

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publicado às 16:18


Um anúncio* também pode dizer mais que mil palavras

por Francisco Clamote, em 04.09.12

 

(* publicado pela Cáritas na última edição do "Expresso")

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publicado às 15:27


A irracionalidade no posto de comando

por Francisco Clamote, em 20.08.12
A obsessão conduz sempre a soluções que tenderão a ser irracionais. A obsessão pela austeridade "custe o que custar" e pelos cortes indiscriminados na despesa, por parte do actual governo não foge à regra. Veja-se, a titulo de ilustração, o caso relatado por  Manuela Ferreira Leite, nem mais menos que a anterior líder do PSD, num texto com o título "O PREÇO DE POUPAR" publicado na última edição do "Expresso" (3ª página do Caderno de Economia) parcialmente reproduzido  aqui, onde o repesquei e transcrito mais abaixo. 
De algum modo, este caso vem dar consistência à denúncia de Correia de Campos (a que me refiro noutro local) de que este governo toma as decisões sem curar de saber qual o rácio custo/benefício das suas opções. 
Está encontrada a explicação para o facto: quando se percorre o caminho da irracionalidade o conceito deixa, na verdade, de fazer sentido. 

"É preciso que se avaliem os efeitos de tais reduções para que as “emendas não sejam piores do que os sonetos”. 

Vem isto a propósito de uma recente notícia sobre o encerramento de uma loja do cidadão – a dos Restauradores – e a sua mudança para outro local. 

Segundo o relato, o motivo de tal deslocação relaciona-se com o elevado preço da renda anual paga pelas atuais instalações – “objetivo poupança” – e ainda pelo facto de esta ser a loja com mais queixas dos cidadãos. 

Impressionou-me a leveza do conceito de poupança associado a esta decisão, mas não o epíteto de “loja com maior número de queixas”, uma vez que se trata de uma decorrência normal de ser, de longe, a loja com maior número de utentes do país. 

E esse número de utentes decorre precisamente da sua localização – no centro de todos os meios de transporte – o que implica um espaço compatível com a dimensão da procura. Daí a renda, eventualmente, elevada. 

Para avaliar a poupança decorrente da deslocalização anunciada, ter-se-ia de considerar a destruição do investimento feito naquelas instalações, investimento que não é transferível para outro local porque não se trata de móveis, mas por ex: infraestruturas elétricas e informáticas complexas que vão ter de ser feitas de novo nas futuras instalações. 

Mas, segundo as notícias, o que se vai oferecer aos cidadãos não será o mesmo serviço que se oferecia nos Restauradores. 

É uma instalação dez vezes menor do que a atual, suficiente para um serviço de 2ª geração, ou seja, um atendimento pouco pessoalizado e muito informatizado, dirigido a quem lida bem com as novas tecnologias, que trata dos assuntos via internet em vez de ir para as filas das lojas do cidadão e que não representa mais do que 30% da população. 

Os restantes 70% vão perder o serviço que tanto procuravam. 

Não se está, portanto, perante uma poupança porque esta só tem lugar se o mesmo serviço for prestado por um custo inferior ou se for eliminado por ser supérfluo. 

Neste caso, a poupança passaria por uma renegociação da renda, possível com um senhorio em perspetiva de perder o inquilino. 

Tudo o resto é prejuízo para o Estado."

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publicado às 21:23


Virtudes teologais e floresta de enganos

por Francisco Clamote, em 17.08.12
Segundo rezam as crónicas, o discurso de Passos/Coelho na Festa do Pontal (agora à porta fechada, que o seguro morreu de velho)  não passou de uma desinteressante encenação sem qualquer novidade politicamente relevante. Um discurso "rasteiro" diria  eu, tendo em conta os relatos que fui lendo e ao qual nem sequer faltou o habitual plebeísmo,  fazendo, desta fez apelo ao "regabofe". 
Está enganado quem pense que "o regabofe pode voltar", disse Passos/Coelho. Tem razão o homem, só que o primeiro engano é o dele, pois o "regabofe", manifestamente, ainda não acabou. De facto, basta atentar na quantidade de nomeações dos seus boys, girls e aparentados para cargos públicos, para se ter a noção de que o "regabofe" continua. E se não é um "regabofe" é um "fartote", o que vem a dar no mesmo. 
O discurso tem, no entanto, o mérito de nos revelar que Passos/Coelho é um fervoroso praticante das virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade).

Diz o homem da Esperança  Às vezes gostava que a Constituição fosse outra e não perdi a esperança.” Já se sabia que o homem está ansioso por rasgar a Constituição e, pelos vistos, apesar de não dispor dos votos para alcançar tal desiderato, face à posição já repetidamente afirmada pelos partidos da oposição e, designadamente, pelo PS, ele mantém a esperança. Em vão, confio eu.

Cheio de Fé garantiu  que “Estamos mais próximos de vencer a crise e voltar uma das páginas mais negras da história da nossa pátria.” “2013 será o ano da inversão na actividade económica.”  “2013 será o ano da estabilização económica e preparação da recuperação.” 
Conhecidos que são os últimos dados do INE sobre o  desemprego, que continua a aumentar de forma assustadora, com o números a apontar para a existência de mais de um milhão de desempregados e com a degradação da economia a acentuar-se (a decrescer -3,3% no final do 2º trimestre) é preciso ter mesmo muita fé para acreditar na visão de Passos/Coelho, quando se sabe que o crescimento das exportações começa a patinar e que o consumo e, principalmente, o investimento continuam a diminuir e que as condicionantes externas estão longe de ser as mais favoráveis.  Às tantas, aquelas  afirmações não são uma demonstração de fé. Tudo indica, sim, que estamos perante mais um engano. Não dele, mas fabricado por ele.

 

 No que é importante, não falhámos. Era importante controlar o défice e fizemo-lo. O país não está a aumentar a dívida, não estamos a endividar-nos mais do que podemos pagar.”
Nesta declaração, Passos/Coelho demonstra que é, não só uma alma caritativa, mas também um pertinaz criador de enganos. O mais importante, para Passos/Coelho, é controlar o défice e não a diminuição do desemprego, nem o crescimento da economia.
Não se nega a importância do controlo do défice, mas a menor relevância atribuída ao aumento do número de desempregados só é compreensível do ponto de vista de alguma alma tão caritativa que não pode passar sem os "seus pobrezinhos", ou do ponto de vista de alguém que se afirmou como paladino do "empobrecimento", título que, aliás, bem merece, pois, só à sua conta, os novos "pobrezinhos" são já uns larguíssimos milhares.
Note-se, entretanto, que, porventura, só Passos/Coelho acredita que o governo vai conseguir alcançar o objectivo de reduzir o défice para a percentagem acordada com a troika (4,5%). Perante os últimos dados da execução orçamental, a maioria  dos analistas conclui que alcançar um tal objectivo só por milagre, opinião que é partilhada pelos técnicos da UTAO. Se Passos/Coelho acredita no que afirma, está, com toda probabilidade, muito enganado. E muito enganado está também quando afirma que o país não está a aumentar a dívida, nem a endividar-se mais do que pode pagar, porque é do conhecimento público que tais afirmações não correspondem à verdade. Se ele não está enganado, como suponho, é porque está, isso sim, a tentar enganar-nos.
Com tanto engano semeado em tão pouco espaço-tempo, bem se pode dizer que Passos/Coelho pretende que vivamos numa floresta de enganos. Plantada por ele.

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publicado às 17:26

As imagens que se seguem não são fruto de um qualquer fogo provocado pela natureza. São obra de mão criminosa. Há 67 anos, no dia 6 de Agosto de 1945 e, novamente, no dia 9, o governo americano decidiu lançar bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki. O bombardeiro que lançou a bomba sobre Hiroshima, no dia 6, ficou conhecido como Enola Gay, nome que lhe foi atribuído pelo próprio piloto. A mãe desse piloto chamava-se Enola Gay. Não consigo imaginar maneira mais odiosa de prestar “homenagem” à própria mãe. Mas ele lá saberá as razões.
Se eu deitar fogo à Serra da Gardunha e for apanhado, mesmo que não mate ninguém, serei considerado criminoso, julgado e condenado como tal. E bem. Se for um acto negligente, também não ficarei impune. Mas o governo americano, presidido por Harry Truman, conseguiu, com este bombardeamento, matar mais de 250 mil pessoas. Inocentes, é bom que se diga. E não foi negligência. Foi um acto criminoso e deliberado que nunca foi julgado nem condenado. Foi o maior crime contra a humanidade cometido pelos governantes de um país onde, nalguns estados, se condena à morte uma pessoa porque cometeu um crime. Em Hiroshima e Nagasaki foram assassinadas mais de 250 mil pessoas! Foram danos colaterais, dirão eles. No dia 11 de Setembro de 2001, no ataque às torres gémeas, em Nova Iorque, morreram cerca de 3 mil pessoas. Foram danos colaterais, dirão os outros.
"A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade" disse o presidente americano John Kennedy, em 1961. Bonita frase esta, não se desse o caso de, no mesmo ano em que a pronunciou, estar disposto a iniciar uma guerra, com a finalidade de destituir Fidel Castro, quando mandou invadir a Baía dos Porcos, em Cuba.
Quantas palavras belas saem da boca para fora de tantos e tantos estadistas, de tantos e tantos políticos, por esse mundo fora, e que, mais tarde ou mais cedo, se vem a constatar que não passam de palavras hipócritas para enganar o povo?
Quantos sorrisos belos estão estampados na cara de tantos e tantos estadistas, de tantos e tantos políticos, por esse mundo fora, e que, mais tarde ou mais cedo, se vem a constatar que não passam de sorrisos hipócritas para ficar bem na fotografia?
Depois de Nagasaki e Hiroshima, quantas guerras se travaram, onde morreram demasiados inocentes, só porque vivemos num mundo onde alguns daqueles que nele mandam são hipócritas, xenófobos, fanáticos e gananciosos?
Antes e depois de Nagasaki e Hiroshima, quantas guerras se travaram e quantas atrocidades se cometeram, em que morreram demasiados inocentes, só porque acreditam, fanaticamente, num qualquer Deus que, ironia das ironias, até dizem ser infinitamente bom e justo? 

                   

                        

      



A rosa de hiroshima, de Vinícius de Moraes
Intérprete: Ney Matogrosso

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publicado às 21:06


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