Temos à porta a “Grande Depressão II” – mais que uma recessão em W (‘double dip’) – se não forem retificados os erros em que E.U.A. e União Europeia estão a incorrer com as políticas financeiras que têm seguido. Este o alerta de Nouriel Roudini, o homem que, diz-se, melhor conhece a crise económica e financeira que a mundo atravessa e as economias desenvolvidas estão a alimentar. Em oito passos, Roubini advoga o que ainda pode ser feito.
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1.
Se os países da periferia da Zona Euro são obrigados a implementar medidas de austeridade orçamental, então os países capazes de disponibilizar estímulos de curto prazo devem fazê-lo e devem adiar os seus próprios esforços de austeridade.
2.
A flexibilização do crédito - em vez da flexibilização quantitativa - pode ser uma medida útil. O Banco Central Europeu (BCE) deveria voltar atrás na sua decisão errada de subir as taxas de juro.
3.
Os sistemas bancários que estão subcapitalizados devem ser reforçados com financiamento público. É essencial a provisão directa de crédito às PME solventes mas ilíquidas.
4.
É necessária a provisão em larga escala de liquidez aos governos solventes, de modo a evitar uma escalada dos "spreads" e a perda de acesso ao mercado. Os recursos oficiais têm de triplicar - através de um Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) mais alargado, das Eurobonds ou de uma acção de grande amplitude por parte do Banco Central Europeu.
5.
Os encargos da dívida que não puderem ser aliviados através do crescimento, de poupanças ou da inflação têm de ser tornados sustentáveis através de uma reestruturação ordenada, da redução da dívida e da conversão da dívida em capital. Isto deve ser levado a cabo tanto para os governos como famílias e instituições financeiras insolventes.
6.
Sem um rápido retorno ao crescimento, não será possível evitar mais "defaults" e turbulência social.
A única alternativa é a saída da Zona Euro por parte da Grécia e de outros actuais membros. Só o regresso a uma moeda nacional - e uma forte depreciação dessa mesma moeda - é que pode restaurar a competitividade e o crescimento.
7.
As economias avançadas precisam de um plano de médio prazo destinado a restaurar a competitividade e os empregos através de novos investimentos de grande amplitude na educação de alta qualidade, formação laboral e melhorias no capital humano, infra-estruturas e energias alternativas/renováveis. Só um programa desta natureza é que poderá dar aos trabalhadores das economias avançadas as ferramentas necessárias para competirem a nível global.
8.
O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial podem assumir o papel de credor de último recurso junto dos mercados emergentes que correm o risco de perder o acesso ao mercado.
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