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Se percebemos bem - e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.

Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer. Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas - e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.

Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.

A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país - este, por acaso -, e diz "compro" ou "vendo" com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública - onde estas ainda existem - os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres. E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.

Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámonos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.

A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.

Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos

 

Juan José Millas (escritor espanhol)

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publicado às 15:48


O primeiro de maio em agosto

por n, em 22.08.12

A mais famosa cadeia de híper e supermercados portuguesa de 2012 apresentou mais uma medida. Depois dos 50% chegou a vez dos 20 euros*. Por todo o lado pululam os comentários. Fizeram bem, dizem uns, nunca mais lá colocamos os pés defendem outros. Uns elaboram os pagamentos com moedas de um cêntimo, outros ponderam pagar um saco de pão com notas de duzentos euros. Certo é que mais uma vez, a mais famosa cadeia de híper e supermercados portuguesa, fica nas bocas do povo. Objetivo conseguido, diria eu!

 

*Quantas pequenas lojas de bairro, que continuam abertas, já suspenderam o pagamento via cartão multibanco desde 2010? Seria interessante obter estes dados.

 

 

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publicado às 10:53


Portugal vs República Checa (em termos económicos e sociais)

por Rogério Costa Pereira, em 21.06.12

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publicado às 18:41

A tocha do imobilismo :

Contudo, a marcha triunfal do antieconomismo começou em 1492. Na época, a Espanha tinha não apenas descoberto a América mas também conquistado o último reduto do domínio árabe em Granada, antes de, nos séculos seguintes, expulsar do país judeus e mouros. Acontece que estas duas comunidades detinham as rédeas das artes e ofícios e do comércio. E o fidalgo cristão abominava o labor: todos os trabalhos lhe estavam interditos, em nome de um estranho código de honra, e só enxergava uma missão divina na soldadesca.

As riquezas das colónias escorriam entre os dedos dos espanhóis como ouro líquido. A Europa Central enriquecia com o ouro inca, enquanto a nobreza espanhola dormitava passivamente sobre os rendimentos de latifúndios em ruínas.

Durante três séculos, tudo o que se assemelhasse a uma atividade produtiva foi objeto de perseguições por heresia por parte da Inquisição. Quem ousasse fazer investigação, ler ou dedicar-se a tarefas manuais corria o risco de acabar na fogueira.

Com o desaparecimento da Inquisição, a tocha do imobilismo passou a ser empunhada pelo catolicismo espanhol. Nem mesmo a laicização do país conseguiu quebrar essa armadura. Só no País Basco e na Catalunha se assistiu ao aparecimento de zonas industriais. É verdade que foram criadas ligações de transporte – mas com grandes obstruções. Assim, existia uma rede ferroviária, mas a bitola não era a mesma que em França, para o país não ficar demasiado perto da Europa. A Europa termina nos Pirenéus, dizia-se então.

 

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publicado às 10:00

As raízes da crise bancária atual mergulham no pensamento antieconómico que domina no país desde a Reconquista e da descoberta da América e que impediu o seu desenvolvimento. Um estado de espírito que a adesão à União Europeia, em 1986, não veio alterar. Excertos.


Que se passa em Espanha? Durante o mandato de José María Aznar como primeiro-ministro (1996-2004), o país ainda era tido como aluno modelo da UE em matéria de crescimento. Os fundos estruturais europeus afluíam à quarta economia da zona euro ao nível dos 150 mil milhões de euros.

Mas, dos terrenos pobres da Andaluzia e de Castela não brotaram empresas florescentes e, sim, projetos de investimento ruinosos, cujos vestígios se encontram hoje tão degradados como os castelos da época do Cid. Uns e outros são a expressão de um modelo social antieconómico que caracteriza a Espanha desde há meio século.

A Espanha viveu o período dos tempos modernos num isolamento voluntário, que só terminou nos anos 1960 do século passado, quando o ditador Francisco Franco abriu o país ao turismo. Assim, a Espanha entrou tarde e penosamente na modernidade, "nervosa e apressada como um convidado que chega atrasado a um banquete e que tenta, como pode, recuperar o que perdeu" – escreveu, em 1969, Juan Goytisolo, em "Espanha e os espanhóis", um ensaio que se mantém atual.

Foi com a mesma pressa que, vinte anos mais tarde, a Espanha começou a gastar o maná caído do céu, sob a forma dos fundos estruturais europeus. No entanto, em vez de investir numa sociedade produtiva, quis fazer parte da Europa o mais rapidamente possível e modernizar-se, o que queria dizer ter um ar moderno. Ao princípio, o dinheiro foi gasto com discernimento mas, mais tarde, passou a ser utilizado com uma precipitação alimentada pela política fundiária ultraliberal de José María Aznar.

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publicado às 22:30

Á força de darem primazia à economia matam a democracia diz Barbara Spinelli, La Repubblica :

Na eleição em 6 de Maio, a maioria dos eleitores rejeitou a pílula de austeridade que o país engole há dois anos – e que não apresenta qualquer sucesso: pelo contrário, precipita a Grécia numa recessão fatal para a democracia. Uma recessão que faz lembrar Weimar, com golpes de Estado militares perfilando-se no horizonte. Forçados a voltar às urnas, na ausência de acordo entre os partidos, os eleitores vão reafirmar a sua rejeição e dar ainda mais peso à esquerda radical, ao partido Syriza de Alexis Tsipras. E, mais uma vez, proliferam as ideias feitas: o Syriza é uma potência nefasta, contrária à austeridade e à União Europeia, e Tsipras é retratado como o protótipo do antieuropeu.

A realidade é diferente. Tsipras não quer sair do euro nem da UE. Quer outra Europa, tal como François Hollande. Sabe que 80% dos gregos querem manter a moeda única, mas não desta forma, não com esses políticos nacionais e europeus que os empobreceram, mascarando as verdadeiras raízes do mal: a corrupção dos partidos no poder, o Estado e a Administração Pública escravos dos políticos, os ricos poupados [pela austeridade]. Tsipras é a resposta para estes males, mas ninguém quer queimar-se por falar com ele. Nem mesmo Hollande, que se recusou a encontrar-se com o dirigente do Syriza, que se precipitou para Paris após as eleições.

E as esquerdas europeias, que afirmam ter a solidariedade no sangue, apoiaram George Papandreu quando ele defendeu que há que europeizar a crise grega para encontrar a solução? Quem levou a sério as palavras que dirigiu aos Verdes alemães em Dezembro, após a sua demissão de primeiro-ministro? A ideia que então esboçou continua a ser a melhor solução para superar a crise: "Para os Estados-membros, o rigor; para a Europa, as políticas necessárias de crescimento."

As palavras de Papandreu passaram despercebidas, como se fosse uma vergonha dar ouvidos a um grego, nos dias de hoje. Como se não houvesse consequências para a desenvoltura leviana com que se transforma em pária o país que deu origem à democracia. Analisa-se de forma impiedosa as degenerescências: a oligarquia, o império do mercado, com resultados como a plutocracia e a impunidade com que a lei e a justiça são desconsideradas.

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publicado às 11:00

Para o primeiro encontro não se podia esperar mais. Os assuntos concretos foram chutados para uma reunião a ter lugar daqui a um mês.

"Aos jornalistas, Merkel sublinhou que há algumas concepções públicas erradas sobre as suas políticas de crescimento económico. "A questão é saber o que significa crescimento. O crescimento tem de ter impacto na vida das pessoas comuns. Estou muito feliz por termos chegado a acordo em discutir ideias que possam ser implementadas tendo em conta as pessoas comuns", disse a governante alemã, citado pela Bloomberg."

Está na hora de se implementarem medidas com vista ao crescimento da economia .

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publicado às 10:00


Jornalismo do Pénis

por n, em 30.04.12

Num ligeiro passeio pelo meu mural de facebook vejo rádios e jornais a informarem que: determinada cadeia de supermercados amanhã vai fazer promoções até 50% e outra cadeia, pasme-se, abre pela primeira vez no 1º de Maio desde 1970. 
 

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publicado às 20:28

Novo Plano Marshal de 200 mil milhões está a ser preparado em Bruxelas. Investimentos em infraestruturas públicas e em projectos privados terão um impacto tremendo na criação de postos de trabalho.O projeto, designado Pacto para o Crescimento (ou Agenda para o Crescimento, como lhe chamou a chanceler alemã Angela Merkel) é apresentado pelo El Pais como "uma espécie de Plano Marshall".

Ler mais: http://visao.sapo.pt/conjuntura-bruxelas-prepara-plano-de-200-mil-me-para-estimular-crescimento-el-pais=f661489#ixzz1tR3FhdNR

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publicado às 16:00

Os índices são consistentes e já vêm de dois ou três meses. A Europa não afundou e a viragem para a retoma já se iniciou. Em Fev/Março a grande expectativa era se os índices avançados de Verão estariam em linha com o que já aí se antevia. E estão! Claro que ainda pode acontecer muita coisa má mas hoje essa probabilidade é muito baixa.

No vídeo que podem ver seguindo o link, Peres Metelo, que vimos meses a fio muito preocupado, também já admite a retoma. Tal como o FMI que pressiona a Alemanha para o relançamento da economia e, muito importante, as eleições em França. Merkel começou a dizer que "não é uma talibã da austeridade" o que quer dizer que vai manter a pressão para que as reformas em curso não sejam interrompidas mas a componente "relançamento" está em cima da mesa. 

O importante é que a viragem está a acontecer de forma global o que trará grandes ajudas para Portugal que apresenta também índices muito promissores.

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publicado às 11:00


Lagarde não faz por agradar a Merkel

por Luis Moreira, em 19.04.12

FMI : O euro pode acabar alerta a manchete do (i).

FMI alerta: o euro pode acabar", diz a manchete do i, após a divulgação, em 17 de abril, do relatório do FMI sobre as perspetivas económicas mundiais, no qual o Fundo Monetário Internacional apresenta uma série de recomendações aos dirigentes da UE, entre as quais "mais cortes na taxa de juro por parte do Banco Central Europeu, menos austeridade e criação de eurobonds". Contudo, este diário de Lisboa refere que

o colapso do euro não é o cenário central do FMI – que prevê que a economia mundial cresça 3,5% este ano e 4,1% no próximo –, mas da leitura do documento e das palavras do economista-chefe da instituição percebe-se que, para o Fundo, o risco europeu é grande. (...) A tensão extrema na zona euro poderia ter consequências superiores ao colapso do banco Lehman Brothers, em 2008. O significado da moeda única – a maior região económica do globo – e a ausência de progressos ousados na resolução da crise começam a tornar mais evidentes os recados do FMI para a Europa, sobretudo a influente liderança da chanceler Angela Merkel.

Segundo um historiador de economia citado pelo i, a mensagem é esta:



O FMI e os Estados Unidos estão a perder mais a paciência com a Europa – a divergência não é tanto sobre a forma como sair da crise, mas com o facto de o Governo alemão estar preso a um certo atavismo e ao que o seu eleitorado diz que quer.

Além da criação de euro-obrigações, o FMI "quer também que o BCE continue a emprestar [dinheiro] aos bancos europeus".

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publicado às 17:00


Empresas a pagar 400 euros não prestam

por Luis Moreira, em 12.04.12

A desvalorização dos salários em Portugal não é caminho pois o seu nível é muito baixo. Resultou em pleno na Alemanha.

"A Alemanha fez uma desvalorização salarial fortíssima e resultou. Mas aqui não resultaria, o nível de competitividade é outro. A desvalorização salarial é o caminho para a ruína portuguesa", acrescentou José Reis.

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publicado às 23:00

Medina Carreira não desarma. Daqui a seis/sete anos a Segurança Social colapsa.

" “Os direitos adquiridos deixam de existir se não houver dinheiro”, disse ao i. “Na minha opinião, o Estado social vai entrar em colapso daqui a seis ou sete anos se a situação se mantiver. Ou seja, se houver cada vez menos nascimentos, mais emigração e uma população a envelhecer a cada dia que passa, não é possível manterem-se os actuais níveis de protecção social.”

A pergunta a fazer ao primeiro-ministro, defende também, não é quando esta crise acaba, mas sim “quando voltaremos a crescer a uma taxa de 3% ao ano, única forma de garantir mais emprego de uma forma sustentada”.

O economista diz que uma das soluções para o país passa pela atracção de mais investimento estrangeiro. E nessa perspectiva, acrescenta, “a reforma da legislação laboral deveria ter tido em conta a que existe nos países de Leste, como a Eslováquia, com os quais concorremos directamente neste campo”.

Medina Carreira refere ainda que o funcionamento da justiça, o licenciamento das actividades económicas, a corrupção e a burocracia são outros dos factores a travar o crescimento.

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publicado às 17:00

Mas só se o governo estimular a economia. Este ano afunda 3,3%, para o ano andará pelos 0% e a partir de 2014 poderá crescer para os 2% e anos seguintes. Mas é tudo ainda muito nebuloso. A reboque das exportações as boas notícias vêem dos Estados Unidos onde a economia está em processo de aceleração consistente, que arrastará as restantes economias, especialmente as dos países europeus.

Mas não se vê que o governo tenha estabelecido essa prioridade continuando a canalizar dinheiro para os bancos que o não fazem chegar à economia.

As receitas das privatizações são uma boa ajuda mas não parece que sejam suficientes e a sua aplicação na amortização da dívida com juros mais altos pode ser uma tentação.

Nos últimos dias avolumaram-se as suspeitas que nem tudo está claro nas contas do estado e a ser assim podem vir aí mais ajustes com a consequente encolha da procura interna. Ora isto não ajuda em nada a economia. E, mesmo com estas previsões algo positivas a verdade é que o flagelo do desemprego veio para ficar pois a criação de emprego só se faz acima dos 2% de crescimento da economia.

Há quem diga que com o estreitamento das relações comerciais com a China e o Brasil as nossas exportações vão dar um salto muito significativo. Portugal terá passado a ser uma economia a jogar no mercado global.

Um pouco de esperança não faz mal a ninguém!

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publicado às 11:00


Este ano não há Primavera

por Luis Moreira, em 29.03.12

O banco de Portugal veio enterrar por uma vez a estação mais bonita do ano. Os indicadores económicos juntam-se à falta de chuva. É tudo pior do que as estimativas iniciais que levaram ao Orçamento de 2012. As exportações não crescem tanto como o esperado, a economia afunda-se  para um PIB negativo de 4.7% quando se esperava 3,3% e, o pior de tudo, vamos perder 160 000 empregos o que elevará o desemprego para perto dos 15%

O ministro Gaspar diz que o melhor mesmo é não realçar as diferenças negativas .

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publicado às 18:33


Os bancos não apoiam a economia real

por Luis Moreira, em 29.03.12

Apesar das enormes somas de dinheiro que o BCE injectou nos bancos a economia não está a ser apoiada. Os bancos têm utilizado esse dinheiro para comprar dívida pública. As empresas e as famílias não estão a ter o necessário acesso ao crédito. Mesmo que pontualmente apareçam sinais ( como o aumento de crédito para habitação). 

Em Dezembro e Fevereiro, o BCE concedeu aos bancos 1,02 biliões de euros de liquidez a três anos, com objectivo de prevenir um ‘credit crunch' na zona euro. No entanto, ao invés de chegar à economia real, este capital tem sido fortemente utilizado na compra de dívida soberana e também de obrigações emitidas por bancos. Portugal não é excepção a esta conjuntura, com os bancos portugueses a aumentarem a sua exposição à dívida pública em 4,2 mil milhões de euros em Fevereiro - para um novo recorde de dívida pública nos balanços, superior a 29,8 mil milhões de euros - aos quais se somam mais 4,2 mil milhões de euros investidos em dívida emitida por bancos. Já para o financiamento às empresas, através da compra de títulos de dívida, foram reservados apenas 600 milhões de euros no último mês.

Desta forma como vai a economia crescer como espera Passos Coelho?

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publicado às 09:00

As exportações depois de uma queda no final do ano passado voltam a crescer a dois dígitos. A OCDE vê tímidos sinais de recuperação da economia da Zona Euro o que também está a contribuir para o crescimento das nossas exportações.

Olhando para os dados do último trimestre (Novembro a Janeiro), as exportações aumentaram 10,9% e as importações caíram 7%, o que, segundo o INE, permitiu um desagravamento do défice da balança comercial de 2,07 mil milhões de euros. O saldo é, agora, de -3,08 mil milhões de euros.

O núcleo mais dinâmico da nossa economia está a reagir bem à crise e a corresponder às necessidades do país. Oxalá que esta lição sirva para que os melhores recursos humanos e financeiros passem a ser canalizados para estas empresas ao contrário do que sempre tem acontecido . São as empresas monopolistas e os jogos de casino que têm absorvido o bacado de leão com as consequências que estão á vista. A CGD mantendo-se pública deverá estar totalmente virada para o apoio da economia que cria emprego e riqueza.

Alemanha, Espanha e França representam 50% das nossas exportações e Brasil e Angola estão a crescer a bom ritmo.

Há sinais de esperança!

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publicado às 15:00

Depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a gestão dos fundos comunitários passaria da tutela de Álvaro Santos Pereira para a do ministro das Finanças, o primeiro-ministro esclareceu na madrugada de domingo que a coordenação do QREN se manterá no Ministério da Economia, mas que Vítor Gaspar terá uma palavra decisiva sobre a reafetação dos fundos.

"Cabe ao ministro [de Estado e] das Finanças uma palavra muito relevante, para não dizer decisiva, sobre a forma como a reafetação" dos fundos comunitários "deve ser feita", mas "toda a execução continua como é evidente nas mãos dos ministérios setoriais e toda a coordenação dessa tarefa permanece nas mãos do Ministério da Economia", afirmou então Pedro Passos Coelho.

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publicado às 14:00

A orgânica inicial deste governo tinha (tem) dois problemas enormes: O super ministério da Economia e o super ministério da Agricultura e Pescas. O super da economial passou a normal, embora ainda com muitas e importantes  pastas. Foi assim que se esvaziou em parte o super Álvaro:O ministro da Economia perde, assim, a tutela da reprogramação e reafectação dos fundos comunitários, e apesar de continuar vê a sua posição mais fragilizada. Primeiro perdeu a diplomacia económica, que começou por estar nas mãos de Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros, mas que acaba por ser repartida com Passos Coelho, que preside ao Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia. Depois foi preterido a favor de António Borges, que foi chamado para a coordenar o programa de privatizações e de negociação das PPP que antes eram geridos no Terreiro do Paço, nunca chegando a estar nas mãos do ministro da Economia. E por fim por Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares que chamou a si a coordenação do grupo de trabalho para propor medidas para o desemprego jovem.

O erro quanto a mim foi a fasquia inicial!

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publicado às 13:00


Tem calma Álvaro, ainda não chegou a tua vez

por Luis Moreira, em 05.03.12
O Gaspar tem o curto prazo, o Álvaro tem o médio e longo prazo. Mas o Álvaro também tem as empresas e as suas associações a dizerem-lhe que se não se arranca já isto não vai longe. E o Álvaro ouviu-os e o Gaspar também. Foi isso que fez o Gaspar pressionar o Passos para que os Fundos lhe fossem parar às mãos.
Não se pode deitar dinheiro para cima das empresas que estão mais perto do lume, aquecidas, isso foi sempre o que se fez, é preciso utilizar o dinheiro segundo as prioridades estabelecidas. Claro, que também não se pode gastar mais do que está orçamentado. E o Passos prefere que o controlo seja feito por quem está mais longe de quem está pressionado diariamente pela tesouraria exangue.
Nada de pessoal Ó Álvaro, mas eu também faria o mesmo, aliás, passei a minha vida a esconder o pouco dinheiro das empresas para pagar salários .
Tive um colega que era Director de Compras e que me dizia: eu compro; o das vendas, vende; o fabril, fabrica; só tu é que não cumpres; não tens dinheiro!
A tesouraria é um pesadelo!

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publicado às 18:30


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