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Ontem perdi um amigo!

por António Filipe, em 20.09.13

Ontem perdi um amigo!
Aos 61 anos, e a “coleccionar” amigos desde os 4 ou 5, nunca me tinha acontecido. É um sentimento novo e muito estranho para mim. E o que mais me irrita é que já há bastante tempo pressentia que isto me podia acontecer, com este amigo em particular. Não com qualquer outro, mas só com este. A sua história de descartar amizades ditava-me que, mais tarde ou mais cedo, faria o mesmo com a amizade que tinha por mim e que, ele próprio, em várias ocasiões, me disse que era especial. Penso que foi o amigo mais recente. E o primeiro e único a deixar de o ser. E estou convencido que era uma amizade muito forte. Embora curta e recente, foi talvez uma das mais fortes que já tive. O que torna o seu fim ainda mais estranho e doloroso. Um dos meus lemas de vida tem sido conseguir o maior número de amigos possível. Nunca fui de opinião de “poucos, mas bons”. Sempre pensei que quantos mais, melhor. É certo que há meia dúzia que sempre foi especial. Este, que agora perdi, estava incluído nesse número dos “especiais”. Nunca, mas nunca, me passou pela cabeça perder um amigo que fosse. Até agora, os únicos amigos que perdi foi por morte deles. Situação contra a qual nada pude fazer. Mas este está vivo. Facto que me deixa mais irritado, por pensar que talvez pudesse ter feito alguma coisa para evitar este desfecho. A verdade é que tudo foi causado por uma coisa que aconteceu entre este amigo que perdi e outro amigo comum, que ainda continua a ser meu amigo. Nada mais que um mal-entendido. De repente, vi-me envolvido no meio de uma querela que me ultrapassou completamente. Ao tentar apaziguar as coisas e evitar uma ruptura, que me parecia iminente, entre aqueles dois amigos, acabei por perder um deles. Foi pior a emenda que o soneto, porque um desses amigos cortou relações com o outro, quase imediatamente, e, mais tarde, comigo. Não é necessário entrar em pormenores, mas a única coisa que eu tentei fazer foi evitar que uma coisa, que eu considerava sem importância nenhuma, causasse inimizades entre dois amigos meus. Sentia que isso poderia acontecer devido ao facto de um deles, como já referi, ter um histórico de descartar amigos com alguma facilidade. Tentei evitar o pior. Não consegui e, pior ainda, fiquei a perder. Se a perda fosse material, nem sequer estaria a escrever estas linhas. Mas perdi uma amizade. E isso vale mais que qualquer bem material. E custa muito mais. Continuo a pensar que o amigo que eu perdi não tinha razão nenhuma para cortar relações com o outro. E muito menos teve razões para cortar relações comigo. Será, porventura, fácil dizer isto, porque é sempre fácil dizer que a culpa é do outro. Por certo, o amigo que perdi pensará que a culpa também não é dele. É normal. E humano. Foi, talvez, falta de diálogo. Aliás, foi, de certeza, falta de diálogo. Diálogo que eu tentei que acontecesse, mas também não consegui. Tenho a sensação de que falhei em todas as frentes. Mas, agora, o mal está feito e já não podemos voltar atrás. Ou talvez pudéssemos, mas tenho a sensação que a amizade nunca mais voltaria a ser o que era. Foram cerca de dois anos que valeram a pena, por muitas e variadas razões. Foi uma amizade que nunca esquecerei. Como nunca esquecerei que, pela primeira vez, em quase sessenta anos, perdi um amigo. Um grande amigo. Tudo farei para que não volte a acontecer.

P. S.:
Depois de esperar uma semana que o amigo a que me refiro me contactasse e não tendo isso acontecido, decidi, eu próprio, tentar contactá-lo. Fiz várias chamadas para o telemóvel e ele não atendeu nem devolveu a chamada. Finalmente, depois de algumas chamadas sem sucesso, fui surpreendido com uma mensagem (SMS) em que dizia que me contactaria mais tarde. Isso nunca aconteceu. Concluí, então, que ele não estava, de todo, interessado na minha amizade.
Alguns dias depois, contactou-me, levando-me a pensar que a minha conclusão anterior estaria errada.
Marcámos um jantar para conversarmos.
Esse jantar nunca se chegou a realizar porque ele se recusava a falar sobre o assunto que levou a este desentendimento.
Alguns dias depois voltámos a “conversar”, no “chat” do Facebook. Embora eu tenha reiterado várias vezes que não gostava de usar esse meio de comunicação para discutir este assunto, pois preferia fazê-lo pessoalmente, ele insistia em usá-lo.
Nessa “conversa” tentei fazer-lhe ver que era muito importante para mim conversar sobre o assunto que, em cima, descrevo. Depois de muita relutância da parte dele, consegui, finalmente, convencê-lo que esse assunto devia ser esclarecido para que, no futuro, não fosse uma coisa que estivesse pendente sempre que nos encontrássemos. Isto é, eu só queria “arrumar o assunto”.
Ficámos, então, de combinar um encontro para este fim-de-semana.
Qual não é o meu espanto quando ontem, sexta-feira, ele me contactou, novamente no “chat”, dizendo-me que, afinal, não estava interessado em falar do assunto.

Estando ciente de que fiz tudo o que estava ao meu alcance para “reatar” a amizade, tenho que me render à evidência que, de facto, terminou. Com muita mágoa minha.

P. P. S:
Esta é a última publicação que faço no blog “Pegada”.
Foi com muito prazer que, ao longo de quase 3 anos, todos os dias dei um pouco de mim a este blog.
É com tristeza que vos abandono nesta plataforma. Provavelmente não sentirão a minha falta, mas, caso queiram, encontrar-me-ão no Facebook.
Um enorme abraço para todos.


Comentários que tinham sido eliminados:

 

5 comentários

 

De Quem detestou do que leu a 20.09.2013 às 23:49
Não conheço bem nenhum dos dois, mas costumo ler a pegada pela qualidade dos textos aqui publicados, qual o meu espanto encarar com uma publicação de tão baixo nível.
Trazer para a praça publica uma situação que aconteceu entre amigos, é muito muito baixo. 
Lamento ter lido o que li vindo de um homem do qual tinha uma boa ideia. Isto não se faz!

 


De Floribela a 20.09.2013 às 23:57
tadinho do Rogério...não se faz!

 


De topo gigio a 21.09.2013 às 00:07
feio dar tau-tau assim

 


De Nina a 21.09.2013 às 00:09
Quando li nem queria acreditar! Como é possível, Filipe, colocares em praça pública um acontecimento de natureza tão íntima. A única vantagem que vejo neste teu desabafo “público-privado” é conseguires dormir tranquilo, à noite. Apresentaste a tua versão. O Rogério não é isso. Isto não se faz! Shame on you.

 


De dilma russa-ef a 21.09.2013 às 00:18
Sinhô Filipi,

Segue Boleto Bancário Conforme Solicitado. Valor: 2.987,55 902838012381024965783687701284971398596651.zip Este e-mail foi enviado automaticamente e não deverá ser respondido Qualquer dúvida entre em contato com a DISTRIBUIDORA ARICANDUVA LTDA. Pelo Fone: (11) 32723-2219

isso num é viruz...tem medu nãu

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publicado às 21:53


6 comentários

De Ontem perdi um amigo! a 21.09.2013 às 05:28

Ontem perdi um amigo!
Aos 61 anos, e a “coleccionar” amigos desde os 4 ou 5, nunca me tinha acontecido. É um sentimento novo e muito estranho para mim. E o que mais me irrita é que já há bastante tempo pressentia que isto me podia acontecer, com este amigo em particular. Não com qualquer outro, mas só com este. A sua história de descartar amizades ditava-me que, mais tarde ou mais cedo, faria o mesmo com a amizade que tinha por mim e que, ele próprio, em várias ocasiões, me disse que era especial. Penso que foi o amigo mais recente. E o primeiro e único a deixar de o ser. E estou convencido que era uma amizade muito forte. Embora curta e recente, foi talvez uma das mais fortes que já tive. O que torna o seu fim ainda mais estranho e doloroso. Um dos meus lemas de vida tem sido conseguir o maior número de amigos possível. Nunca fui de opinião de “poucos, mas bons”. Sempre pensei que quantos mais, melhor. É certo que há meia dúzia que sempre foi especial. Este, que agora perdi, estava incluído nesse número dos “especiais”. Nunca, mas nunca, me passou pela cabeça perder um amigo que fosse. Até agora, os únicos amigos que perdi foi por morte deles. Situação contra a qual nada pude fazer. Mas este está vivo. Facto que me deixa mais irritado, por pensar que talvez pudesse ter feito alguma coisa para evitar este desfecho. A verdade é que tudo foi causado por uma coisa que aconteceu entre este amigo que perdi e outro amigo comum, que ainda continua a ser meu amigo. Nada mais que um mal-entendido. De repente, vi-me envolvido no meio de uma querela que me ultrapassou completamente. Ao tentar apaziguar as coisas e evitar uma ruptura, que me parecia iminente, entre aqueles dois amigos, acabei por perder um deles. Foi pior a emenda que o soneto, porque um desses amigos cortou relações com o outro, quase imediatamente, e, mais tarde, comigo. Não é necessário entrar em pormenores, mas a única coisa que eu tentei fazer foi evitar que uma coisa, que eu considerava sem importância nenhuma, causasse inimizades entre dois amigos meus. Sentia que isso poderia acontecer devido ao facto de um deles, como já referi, ter um histórico de descartar amigos com alguma facilidade. Tentei evitar o pior. Não consegui e, pior ainda, fiquei a perder. Se a perda fosse material, nem sequer estaria a escrever estas linhas. Mas perdi uma amizade. E isso vale mais que qualquer bem material. E custa muito mais. Continuo a pensar que o amigo que eu perdi não tinha razão nenhuma para cortar relações com o outro. E muito menos teve razões para cortar relações comigo. Será, porventura, fácil dizer isto, porque é sempre fácil dizer que a culpa é do outro. Por certo, o amigo que perdi pensará que a culpa também não é dele. É normal. E humano. Foi, talvez, falta de diálogo. Aliás, foi, de certeza, falta de diálogo. Diálogo que eu tentei que acontecesse, mas também não consegui. Tenho a sensação de que falhei em todas as frentes. Mas, agora, o mal está feito e já não podemos voltar atrás. Ou talvez pudéssemos, mas tenho a sensação que a amizade nunca mais voltaria a ser o que era. Foram cerca de dois anos que valeram a pena, por muitas e variadas razões. Foi uma amizade que nunca esquecerei. Como nunca esquecerei que, pela primeira vez, em quase sessenta anos, perdi um amigo. Um grande amigo. Tudo farei para que não volte a acontecer.

De Ontem perdi um amigo! a 21.09.2013 às 05:35

P. S.:
Depois de esperar uma semana que o amigo a que me refiro me contactasse e não tendo isso acontecido, decidi, eu próprio, tentar contactá-lo. Fiz várias chamadas para o telemóvel e ele não atendeu nem devolveu a chamada. Finalmente, depois de algumas chamadas sem sucesso, fui surpreendido com uma mensagem (SMS) em que dizia que me contactaria mais tarde. Isso nunca aconteceu. Concluí, então, que ele não estava, de todo, interessado na minha amizade.
Alguns dias depois, contactou-me, levando-me a pensar que a minha conclusão anterior estaria errada.
Marcámos um jantar para conversarmos.
Esse jantar nunca se chegou a realizar porque ele se recusava a falar sobre o assunto que levou a este desentendimento.
Alguns dias depois voltámos a “conversar”, no “chat” do Facebook. Embora eu tenha reiterado várias vezes que não gostava de usar esse meio de comunicação para discutir este assunto, pois preferia fazê-lo pessoalmente, ele insistia em usá-lo.
Nessa “conversa” tentei fazer-lhe ver que era muito importante para mim conversar sobre o assunto que, em cima, descrevo. Depois de muita relutância da parte dele, consegui, finalmente, convencê-lo que esse assunto devia ser esclarecido para que, no futuro, não fosse uma coisa que estivesse pendente sempre que nos encontrássemos. Isto é, eu só queria “arrumar o assunto”.
Ficámos, então, de combinar um encontro para este fim-de-semana.
Qual não é o meu espanto quando ontem, sexta-feira, ele me contactou, novamente no “chat”, dizendo-me que, afinal, não estava interessado em falar do assunto.

De Ontem perdi um amigo! a 21.09.2013 às 05:39

Estando ciente de que fiz tudo o que estava ao meu alcance para “reatar” a amizade, tenho que me render à evidência que, de facto, terminou. Com muita mágoa minha.

P. P. S:
Esta é a última publicação que faço no blog “Pegada”.
Foi com muito prazer que, ao longo de quase 3 anos, todos os dias dei um pouco de mim a este blog.
É com tristeza que vos abandono nesta plataforma. Provavelmente não sentirão a minha falta, mas, caso queiram, encontrar-me-ão no Facebook.
Um enorme abraço para todos.

De lp a 21.09.2013 às 10:20

What an extraordinarily *low* thing to do. 
Isto não se faz, e o senhor devia ter vergonha escrever um poste destes num blogue, a qual, ainda por cima, era convidado. 
Felizmente, os leitores e amigos da pegada percebem que RCP não merece nenhuma destas palavras tão feias. 
Vergonhoso, mesmo. 

De dan brown a 21.09.2013 às 20:51

post ressabiado e pequenino: quem conhece o RCP, sabe que ele não descarta amigos! os amigos morrem-lhe, desaparecem, tropeçam, ficam para trás, são sugados por vortex's quanticos...quando o RCP vai-a-ver «Oopss! qué do gajo...?!»

De Rogério Costa Pereira a 22.09.2013 às 04:31

Acho que deviam unir-se todos e formar um clube. Tu tens pinta de vogal. O Filipe, ao menos, teve tomates para colocar aqui o nome e dizer do mau que sou. 

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