As declarações dos parceiros sociais à saída da reunião com o governo em sede de Concertação Social, não deixam dúvidas de que, depois do clamoroso falhanço, apesar dos pesados sacrifícios impostos à população, em alcançar as metas do défice e a consolidação das contas públicas nos termos acordados, a pouca confiança que já depositavam em Passos Coelho se esvaiu por completo após o anúncio desastrado das novas medidas que o seu governo pretendia levar a cabo para remediar o descalabro, medidas que, para além de serem portadoras de mais iniquidade, revelaram nem sequer terem sido objecto de um estudo que avaliasse as suas consequências.
Os parceiros sociais passaram a ver em Passos Coelho e no seu ministro Gaspar dois irresponsáveis amadores que, quais loucos, se atrevem a tomar medidas em cima do joelho. Não será, pois, fácil, fazerem passar as medidas alternativas que o governo venha a querer impor. Uma vez perdida a confiança, ela não volta assim tão depressa. E ainda menos depressa regressará, se é que há hipótese de regressar, a confiança, a compreensão e o respeito por parte da generalidade da população.
Coelho e o seu governo, minado até no seu interior pela fragilidade da coligação que o sustenta, julga que ainda mexe, mas está morto.
Cavaco, cúmplice e co-responsável pela formação deste governo, recusa-se, por ora, a passar a certidão de óbito, mas com o agravamento (inevitável) da situação e face à contestação popular que, uma vez perdida a confiança e o respeito, não vai abrandar, mais tarde ou mais cedo, ver-se-á forçado a confirmar o óbito.
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