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O Princípio de Peter

por Luís Grave Rodrigues, em 31.01.12

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publicado às 23:40

Noronha do Nascimento diz que " iremos mal se os direitos adquiridos forem postos em causa". A Ministra da Justiça responde que sim, mas...

E estes senhores e senhoras vestem-se com umas "togas e uns cordões a cair-lhes do pescoço", com ar grave, parece que vão analisar coisas importantes para a "urbe", numa cerimónia mil vezes repetida que devia dar ínicio a mais uma etapa de comprometimento e entrega à causa pública mas, depois, percebemos que o que está em causa são as "guerras entre as corporações" que retiram ao cidadão uma Justiça célere e para todos!

Uma fantochada solene!

PS: veja o vídeo com entrevista à ministra da dita cuja...

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publicado às 23:12

Fernando Assis Pacheco (01-02-1937 a 30-11-1995)

por Miguel Cardoso, em 31.01.12

Este ministro é um mentiroso

que agonia quando ele discursa

e se fosse só isso: bale sem jeito

às meias horas seguidas – e não pára!

 

bem-aventurados os duros de ouvido

a quem o céu abrirá as portas

desliguem p.f. o microfone

ou então tirem o país da ficha

 

Fernando Assis Pacheco, Respiração Assistida

 

 

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publicado às 21:41


Só para que valha a pena, só porque é necessário

por António Leal Salvado, em 31.01.12

"Mas porque é que o Cardeal Patriarca de Lisboa tem de estar presente na cerimónia de abertura do ano judicial? Já para não perguntar: Porque é que há-de haver uma cerimónia de abertura do ano judicial?" - eis a questão que António Filipe lançou há momentos no Facebook.

À 1ª pergunta, respondo com igual pergunta e igual perplexidade.
À segunda, respondo com discordância:
- As cerimónias justificam-se quando assinalam momentos de análise de actividades ou instituições importantes;
- A Justiça é importante, como pilar da Democracia, que não existe sem Estado de Direito - e a nossa Justiça precisa mesmo de balanço e análise.

Têm sido relevantes actos da vida pública as cerimónias de abertura do ano judicial sempre que alguém intervém nelas com a inteligência e a coragem de dizer verdades e alertar para urgências no que está por fazer e no que está mal feito. Foi o caso da cerimónia de hoje, em que o Bastonário da Ordem dos Advogados chamou "os bois pelos nomes" e fez importante diagnóstico e terapêutica para enormes males do novo regime político que está a ser imposto aos portugueses.
Como é atribição e competência do Advogado, Marinho Pinto entrou no foro da Justiça levando pela mão o seu constituinte: o Povo.

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publicado às 19:31

Uma quinta com cavalos para funcionários e familiares se divertirem. Quando o dinheiro não pertence a ninguém, é "dos contribuintes" não há regra nem medida no que se gasta nestas empresas do estado onde é um fartar vilanagem. Ganham mais que os outros trabalhadores, têm as mordomias habituais e, depois de terem tudo, inventam. Estes são muito finos e têm cavalos privativos.

Começa a perceber-se porque é que o Banco de Portugal não viu nada no Banco Português de Negócios, nem no BPP, nem no BCP. Andavam a passear a cavalo, um almoço bem regado enquanto os filhos aprendem (cedo) "a arte de cavalgar toda a sela".

São estes "a cavalo" em todos nós, que andam agora a mexer os cordelinhos para não perderem os subsídios de férias e natal porque está bom de ver, os "peões", são de brega,  esses desgraçados que andam a pé e nunca se sentaram em cima de um cavalo, não têm "pedigree", pagam e não bufam.

São estes os exemplos das empresas de "todos nós", as empresas públicas!

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publicado às 18:54


A bomba - relógio do SNS - 2

por Luis Moreira, em 31.01.12

Contrariando opiniões publicadas recentemente na imprensa nacional, existem dezenas de estudos internacionais que demonstram a mais valia dos processos de gestão que fomentam agrupamentos hospitalares como fusão e partilha de recursos. Como reflexo deste tipo de reflexão nem o sector privado escapará. Aproximam-se mais falências de grupos privados portugueses na saúde,a que se seguirão processos urgentes de fusões e aquisições.

Fomentemos o debate em busca de soluções no melhor interesse nacional. A despesa hospitalar não é controlável mantendo o mesmo modelo, níveis e tipologia de oferta. A despesa com os medicamentos não é controlável sem medidas intersectoriais que incluam parcerias com os agentes nacionais de produção e distribuição.

Mais eficiência para o sistema de saúde depende de flexibilidade e autonomia das unidades na adaptação à realidade local ou a nichos de mercado.

PS: Paulo Moreira no Público

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publicado às 17:00


É assim que funciona o Mercado de Acções:

por Luis Moreira, em 31.01.12

Estava-se no Outono e os índios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, seria mais ameno.

Tratando-se de um Chefe índio da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, mas para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor que deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.

Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou:

- O próximo Inverno vai ser frio?
- Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio... respondeu o meteorologista de serviço.
O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha.

Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico:

- Vai ser um Inverno muito frio?
- Sim... responderam novamente do outro lado...  O Inverno vai ser mesmo muito frio.

Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçarem sequer as pequenas cavacas.
Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional:

- Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?
- Absolutamente... respondeu o homem... vai ser um dos Invernos mais frios de sempre.
- Como podem ter tanto a certeza disso?... perguntou o Chefe.
O meteorologista respondeu:
- Porque os índios estão a arrecadar lenha que nem uns doidos.

É assim que funciona o mercado de acções!

PS enviado pelo nosso leitor Vitor Ventura

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publicado às 16:00


Combate ao desemprego jovem

por Luis Moreira, em 31.01.12

A decisão de redireccionar fundos para combater o desemprego jovem é muito importante.

A decisão, hoje tomada pelos líderes dos 27 Estados-Membros reunidos numa cimeira em Bruxelas, beneficiará prioritariamente os países com maior taxa de desemprego jovem, designadamente Portugal.

Dirigindo-se aos chefes de Estado e de governo, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, apontou que para os oito países com níveis de desemprego jovem significativamente acima da média da UE - Espanha, Grécia, Eslováquia, Lituânia, Itália, Portugal, Letónia e Irlanda - Bruxelas propõe a formação imediata de "equipas de ação" compostas pelas autoridades dos países, pelos parceiros sociais nacionais e pela Comissão Europeia."

Bruxelas já percebeu que é preciso combater o desemprego e fazer crescer a economia? Esta parece ser a primeira decisão concreta nesse sentido!

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publicado às 15:00


A solidão dos idosos - 2

por Luis Moreira, em 31.01.12
Ouvi uma ex-emigrante na Suiça dizer que quando alguém aluga uma casa a um idoso tem que reportar essa informação à Polícia, por forma a que o idoso seja vigiado. Desta forma, a Polícia sabe sempre onde estão a viver as pessoas que, pela idade, correm o risco de ficar sozinhas e de precisarem de ajuda.
Aqui está uma medida muito fácil de implementar. Está tudo inventado é uma questão de haver vontade para resolver estes problemas sociais.

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publicado às 14:30


Convite do PPM -

por Luis Moreira, em 31.01.12

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publicado às 14:00


O pacto Orçamental

por Luis Moreira, em 31.01.12

A UE, a 27, com excepção da Inglaterra e da República Checa entenderam-se quanto à disciplina orçamental e contrabalançaram com a reorientação dos fundos para combater o desemprego jovem. Com medidas concretas!

""Tudo o que tinha que ver com o desenho institucional que faltava no Tratado de Lisboa para a união económica e monetária está agora em condições de ser superado", disse, referindo-se ao tratado intergovernamental, conhecido como "pacto orçamental", que reforça a disciplina das finanças públicas dos Estados-membros signatários, e ao tratado que regula o novo mecanismo europeu permanente, que entrará em vigor em meados deste ano.
Passos Coelho falava no final de um Conselho Europeu dedicado também ao crescimento e emprego."

Há, finalmente, passos dados na direcção certa, mas como sempre quiseram os alemães, só depois de os países periféricos terem feito o trabalho de casa.

Austeridade, arrefecimento das economias, cortes estruturais, privatizações e em paralelo "limpar" o tecido empresarial com o fecho de empresas que não se actualizaram. Com um custo muito grande e doloroso, o desemprego, especialmente o jovem!

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publicado às 13:00

Kruggman é, como se sabe, um Prémio Nobel da Economia e para o padrão americano é um economista de esquerda. Ele diz numa entrevista a um jornal Francês, que o BCE anda a controlar a inflação e que isso é um erro. Basicamente, o que ele diz é que sendo a inflação um aumento generalizado dos preços dos produtos então nós com os nossos vencimentos podemos comprar menos coisas, pelo que isto equivale a uma redução do poder de compra. É uma desvalorização dos vencimentos! Uma redução, com o mesmo efeito (embora a prazo) do corte de subsídios e pensões.

Como se trata de um economista de esquerda logo vieram dizer que não senhor,  Krugman não quer reduzir os rendimentos das pessoas, cortar vencimentos e pensões. Mas como se vê fá-lo de forma diferente mas o resultado é o mesmo.

Na realidade as saídas são poucas e não são brilhantes!

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publicado às 12:00

Já aqui falamos no banco que empresta dinheiro sem juros. Hoje vamos ver como seria possível, se todos quisessem e estivessem de boa fé resolver o problema dos juros monstruosos.

Dizem os mercados que as taxas de juro dos empréstimos sobem ou descem conforme o risco que correm em não receber de volta o dinheiro. Daí haver muita gente que não quer que as dívidas soberanas sejam renegociadas, pois isso é admitir que os países também podem deixar de pagar. Poder, podem, mas não fecham nem vão à falência, nem fogem para parte incerta...logo, não se vê qual é o risco que os credores correm. Naturalmente que, se os credores cobram 25% de taxa de juro, eles sabem muito bem que não há país nenhum que crie a riqueza suficiente para lhes pagar. Só esperando para aí uns 50 anos mas como prolongando o prazo se perdem eventuais melhores negócios, a taxa de juro continua a subir sempre...

Uma hipótese é o BCE garantir os empréstimos, o que a Alemanha não aceita, porque sendo a maior accionista é quem mais perde no caso de incumprimento.A isto há quem chame os Eurobondes, empréstimos de todos a todos na UE, ganhando quem está fraquinho e perdendo quem está bem, obrigado. A Alemanha não está para aí virada. Já vimos no outro dia que há quem pague ( taxas negativas) para a Alemanha lhe guardar o dinheiro. Então?

Num determinado momento o devedor pede o empréstimo a uma determinada taxa de juro que seria composta por duas partes. A primeira parte, correspondia a um taxa de "juro base" igual para todos( taxa de rendimento) e a partir daí adiciona-se o prémio de risco, variável conforme o risco. Chegados ao momento do pagamento se o devedor pagar integralmente, paga o empréstimo mais a taxa "juro base" e só ( pois se pagou é porque o risco que corresponde ao prémio de risco não existia) se não pagar então aí assim tem direito a receber a "taxa base" mais  a "taxa de risco".( porque o risco era real)

É obrigatório implementar algo do género (de outra forma os mercados até estão interessados "que chovam picaretas") envolvendo Bancos Centrais Nacionais e o Banco Central Europeu ao mesmo tempo que se caminha para uma maior integração política da União Europeia.

Sem amarrar de "pés e mãos" a usura e os especuladores a UE estará sempre debaixo de fogo. Pois se é com isso, com a confusão , o medo e o empobrecimento dos países que ganham dinheiro a que título vão mudar comportamentos?

E, não despiciendo, "mata-se à fome" as agências de rating...

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publicado às 11:00


Pintores e Quadros famosos - Rembrandt

por Luis Moreira, em 31.01.12

Rembrand:

Rembrandt Van Rijn é uma das mais eminentes figuras na história da arte européia; muitos o classificariam como o maior de todos os pintores. Trabalhou dentro da tradição superficialmente limitada da arte protestante holandesa e nunca deixou sua terra natal. Ainda assim, foi não apenas um pintor tecnicamente brilhante como também mostrou um novo tipo de percepção: ninguém antes de Rembrandt fez as coisas comuns da humanidade parecerem tão profundamente sérias e interessantes. Em seus quadros sobre episódios históricos e bíblicos, assim como nos seus retratos de contemporâneos ricos e pobres, Rembrandt parece ir direto ao coração. Sua capacidade de percepção pode ter sido baseada no autoconhecimento, pois ele pintou sua própria imagem repetidas vezes, fazendo um registro único da peregrinação da juventude e de sucesso rumo à velhice e ao sofrimento.

  

                                                         Anatomy of Doctor Nicolaes Tulp by Rembrandt Van Rijn

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publicado às 10:00

«Na guerra da Crimeia, os vendedores de toucinho coligaram-se para imporem um preço superior. Foram delicadamente empurrados pelas costas à policia correccional. Havia entre eles ricos negociantes, ricos capitalistas. Uma terrível multa e a prisão foram a paga das suas proezas gorduráceas.» [Eça, numa suas "Farpas" coligidas em "Uma Campanha Alegre"]

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publicado às 09:13


Os cérebros vão mesmo embora...

por Luis Moreira, em 31.01.12

Porreiro, mais uma notícia fantástica e moralizante! A FACC (Fundo de Comunidade de Apoio à Comunidade Científica) acaba de anunciar a restruturação e a consequente suspensão de todas as candidaturas a apoios à Investigação (congressos, publicações, etc.), sem haver sequer à vista uma data à vista para retomar. Caso para dizer que as faculdades e centros de investigação estão "entalados", para não dizer algo pior. E a seguir devem ir à vida as bolsas, está-se a ver. Finalmente terão o que querem: o êxodo em massa dos nossos cérebros. Entretanto, o despesismo inútil não abranda. Será que já estou com alucinações ou isto está tudo ao contrário do que devia ser?

PS: Maria João Cantinho

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publicado às 09:00


Poesia ao nascer do dia - Ary dos Santos

por Luis Moreira, em 31.01.12

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publicado às 08:00

No dia 31 de Janeiro de 1797 nasceu, num pequeno subúrbio de Viena, o compositor austríaco Franz Schubert. Aos seis anos, entrou na escola de Lichtenthal, onde passou alguns dos melhores anos da sua vida. A sua educação musical começou também por esta altura. O seu pai transmitiu-lhe alguns conhecimentos rudimentares sobre violino e o seu irmão, Ignaz, iniciou-o no piano.
Aos sete anos, foi entregue à guarda de Michael Holzer, o mestre de capela da igreja de Lichtenthal. As lições de Holzer consistiam mais em manifestações de espanto por parte do mestre. O jovem Schubert beneficiou muito com a ajuda de um seu colega que o levava a um armazém de pianos, onde tinha oportunidade de praticar em instrumentos mais sofisticados do que aquele que a sua família lhe podia proporcionar.
Aos 11 anos foi ouvido por Antonio Salieri, compositor oficial da corte (que também foi mestre de Mozart), o que lhe valeu um lugar de soprano no coro da corte e uma bolsa de estudo num dos melhores colégios de Viena. Depois, foi uma vida de criação e produtividade imensas. Dessa vida nasceram 600 lieder, a imortal Ave Maria, concertos e peças de piano e sinfonias que, enriquecendo o património da humanidade, de pouco adiantaram a um génio que lidava mal com o dinheiro e morreu sem ver publicadas algumas das suas mais geniais obras. Depois da morte, as partituras de Schubert foram vendidas ao desbarato e vieram a enriquecer editores como Diabelli.
A obra de Franz Schubert não teve grande reconhecimento por parte do público durante a sua curta vida. Teve sempre dificuldade em assegurar um emprego permanente, vivendo muitas vezes à custa de amigos e do trabalho que o pai lhe dava. Conseguia ganhar algum dinheiro com obras que publicava e, ocasionalmente, dando explicações de instrução musical. Só no último ano de vida conseguiu alguma aceitação por parte do público.
A sua saúde deteriorou-se no auge da sua actividade criativa. Sofria de sífilis desde 1822. Supõe-se que morreu de febre tifóide, ainda que vários biógrafos apresentem outras possíveis doenças, no dia 19 de Novembro, na casa do seu irmão Ferdinand, em Viena, com 31 anos de idade e sem quaisquer recursos financeiros. Parecia ter morrido um qualquer vagabundo, desprezado por quase todos, boémio miserável que nunca tivera para tocar senão um piano alugado com o dinheiro que um amigo rico lhe emprestava.
Ao fazerem o despejo da casa em que habitava, fizeram um inventário de uns míseros 63 florins – dos quais 53 foram contados como "roupas domésticas e pessoais" e 10 – apenas 10 florins – como “músicas".
Foi sepultado num pequeno cemitério local e, 60 anos mais tarde, trasladado para o cemitério central de Viena, para repousar ao lado de Beethoven. Continua ainda hoje lembrado por uma estátua digna, na principal praça de Viena.


Serenata, de Franz Schubert
Tenor: Peter Schreier
Piano: Rudolf Buchbinder

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publicado às 00:01


Os Mariani! E agora, já acreditam?

por Rogério Costa Pereira, em 30.01.12
Cavaco na mis%3F.jpg

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publicado às 23:44


De olhos bem fechados: uma história de ficção

por Rogério Costa Pereira, em 30.01.12
Durante os tempos da Guerra Fria era voz corrente dizer-se que a haver uma terceira guerra mundial a quarta seria à pedrada. Entretanto, o muro caiu e o ambiente bélico à escala mundial (que não regional, entenda-se) foi-se desanuviando.
Só na aparência, porém. Tristes os que se orientaram por tal sol enganador, enquanto a teia-mãe era tecida a régua e esquadro pelos de sempre com a ajuda dos cegos, surdos e mudos de serviço. Sem ponto de fuga e pegajosa como nenhuma outra. O bicho-homem, esse avesso ao sol, não iria permitir jamais que aquele de clarão, ainda que de luz-vesga, durasse muito. Fazia parte do plano traçado nas linhas do inevitável e inconsequente, aliás.
Neste momento estamos na iminência de ter duas guerras mundiais ao mesmo tempo. A terceira, que tem sido alimentada, ano após ano, pelos tais conflitos regionais, e que agora se arreganhou com o zénite do capitalismo selvagem, empurrado escada acima pelo neoliberalismo que a desagregação e pulverização das esquerdas permitiu; a terceira, dizia, já é nossa conterrânea e contemporânea, encara-nos e escarra-nos a cada respirar. Países como a Grécia e Portugal estão já ocupados pelo IV Reich, coisa eufemisticamente chamada de "tentativa de evitar a falência do euro". De resistência à seria nem se ouve falar, que o inimigo é por demais inteligente, mascarado de muitas caras e demasiadas vozes e com ainda mais kapos locais em cada posto territorial. Palavras aparentemente inofensivas, como défice, troika e governos cooperantes, lograram criar cercas de arame farpado invisíveis que nos impõem algo como "uma casa, um campo de concentração". Uma fabrica, uma escola, um hospital. Aí nos concentram. Aí nos arrancam os olhos e a língua, nos furam os tímpanos. Um país vendado e vedado pelos muros para cujo betão é obrigado a contribuir, sob a capa do "só assim melhores dias virão". Virão, sim, mas para os de sempre. Os eternos algozes da humanidade, que pé-ante-pé foram entrando, cercando e fazendo morrer em vez de matar às escâncaras.
Falava na coincidência de duas guerras, com adversários e aliados cruzados e entrelaçados, de forma a que, de bibe-sem-cor vestido, aniquilam os prós e os a favor, cegos pela ira e pela estupidez da ganância dos sem-país. O quarto conflito mundial, prestes a entrar em cena e que não chegará a suceder ao terceiro, porque com ele partilha o tempo e o espaço, assumirá formas mais tradicionais. Terá direito ao seu morto arquiduque da praxe, desta vez em forma de Estreito de Ormuz de trancas na porta. Sem petróleo, os ditos civilizados erguer-se-ão em fúria e correrão a salvar-se de tamanha privação. Que toda a gente sabe que só essa urina negra do diabo mantém o mundo a rodar. Espécie de calhau movido a combustível fóssil.
O resto da história não a conheço, mas o final adivinha-se. Adivinhar-se-ia, não fosse esta uma mera ficção sem qualquer parecença com a realidade.
Durmamos pois descansados, virados para o lado onde este sonho mau não nos atente. Sempre de olhos bem fechados.

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