Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Intermitências privadas

por Rogério Costa Pereira, em 17.04.08

Hoje deu-me para reflectir sobre os tempos de vida – das pessoas e das coisas; dos seres e dos projectos. Das intermitências da morte, como titulou o outro. Quanto às pessoas, e fazendo fé no ensaio laboratorial do que não virgula-de-virgular, estamos conversados. Parece que é maleita não desejada, esta de envelhecer, envelhecer. Sem morrer. Porque, reconheçamo-lo, e com humildade, que a morte é a cura para vida. Lembro-me da minha avó, viva, numa cama, há pelos menos dois anos. O que a vai curar? Claro que sim. Quando um dia vier. O mais longe que seja, cruzes-canhoto-bate-na-madeira, que o egoísmo dos que vivem-de-viver mais não permite. E eu não serei excepção. (ao tempo que já não escrevia assim, caramba, para que eu me entenda, sem pretender ser o pivot de serviço) Terão os projectos igual referência? Será o fim dos projectos, fará o fim de um projecto, parte essencial do dito projecto? Ou poderão os projectos ultrapassar os tempos de vida das pessoas? Talvez tudo. Sim e não. Depende do projecto, da maleabilidade dos projectos, depende das pessoas que hão-de vir. Dar-lhe almoço, jantar e lanche. Sim, porque desenganem-se, um projecto não tem perninhas para andar sozinho. E o único que tinha, o feioso da cabecita remendada e do corpito aos retalhos a que o louco deu vida, retribuiu como se viu. Vou ali já venho, amanhã quem sabe, para o mês que vem, um dia destes, nunca mais, terminar o que não comecei, porque tenho mais que fazer e chamam-me ao telefone. Assunto urgente e importante, coisa de trabalho, dizem-me. Fiquem aí à espera que eu já volto, está bem? Porque é isto, segundo sei, o que se pretende dum blogue. Coisa sem obrigações, sem tempos, que sabe reconhecer as premências superiores. Ou vocês, meia dúzia de leitores atraiçoados, pensaram mesmo que eu vinha para aqui falar duma coisa tão respondona como um avião que explode, um político medíocre? As notícias do dia a dia? Blocos e partidos? Futebóis e tristezas? Comprem mas é o jornal, que eu tenho mais que fazer.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:35


...

por Rogério Costa Pereira, em 16.04.08
SPORTING-BENFICA, 5-3

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:32


Casamentos conta corrente

por Rogério Costa Pereira, em 16.04.08

A nova lei do divórcio prevê que o cônjuge "que contribui manifestamente mais do que era devido para os encargos da vida familiar adquire um crédito de compensação que deve ser respeitado no momento da partilha". Só mesmo alguém instalado numa torre de marfim, que não conhece, do ponto de vista jurídico, a realidade que envolve um divórcio e a subsequente partilha, se podia lembrar de tal coisa. Como raio se vai quantificar o dito "crédito de compensação"? "Contribuir manifestamente mais do que era devido para os encargos da vida familiar", conceito para além do vago e indeterminado, traduz-se em quê? Uma mudança de fralda vale quanto? Ou pura e simplesmente não se trata de um "encargo da vida familiar"? E no caso do casal ter decidido, em plena loucura pós-lua-de-mel, que ele trabalharia enquanto ela ficava incumbida da casa e dos filhos? Ou vice-versa. Como é? Estou louco por ver as tabelas de equivalências. Uma aspiradela à carpete vale 5 euros, uma amante abate 100. Eis chegados os casamentos conta corrente!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:21


De como a culpa morre solteira

por Rogério Costa Pereira, em 16.04.08

O país está num estado miserável. Há que descobrir os culpados. Esses culpados têm rosto. Esses rostos têm bocas. Essas bocas têm dentes. Esses dentes são incisivos, caninos, pré-molares e molares. Esses dentes têm cáries. Essa cárie tem culpados. Esses culpados são os doces. Os doces têm açúcar culinário. O açúcar culinário tem sacarose, sais minerais e aminoácidos. Os sais minerais e aminoácidos são impurezas do acúcar. Não interessam. A sacarose interessa. A sacarose é um carboidrato do tipo dissacarídeo. Os carboidratos do tipo dissacarídeo são formado pela união de dois monossacarídeos: a-glicose e a frutose. A fórmula estrutural da sacarose e dos monossacarídeos que a constituem podem ser visualizadas nesta figura: Outros exemplos de dissacarídeos importantes são a maltose e a lactose. A maltose é o açúcar do malte. A lactose é o açúcar do leite e só é encontrado em mamíferos. O país está num estado miserável.



Há que descobrir os culpados. Esses culpados têm rosto. Esses rostos têm bocas. Essas bocas têm dentes. Esses dentes são incisivos, caninos, pré-molares e molares. Esses dentes têm cáries. Essa cárie tem culpados. Esses culpados são os doces. Os doces têm açúcar culinário. O açúcar culinário tem sacarose, sais minerais e aminoácidos. Os sais minerais e aminoácidos são impurezas do açúcar. Não interessam. A sacarose interessa. A sacarose é um carboidrato do tipo dissacarídeo. Os carboidratos do tipo dissacarídeo são formados pela união de dois monossacarídeos: a-glicose e a frutose. A fórmula estrutural da sacarose e dos monossacarídeos que a constituem podem ser visualizadas nesta figura: Outros exemplos de dissacarídeos importantes são a maltose e a lactose. A maltose é o açúcar do malte. A lactose é o açúcar do leite e só é encontrado em mamíferos. O país está num estado miserável.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:26


Rui Gomes da Silva, César e as mulheres

por Rogério Costa Pereira, em 14.04.08

A conferência de imprensa do PSD dos tempos que correm, esta, ganhou já lugar cativo, assim lhe seja feita justiça, nos manuais de ciência política, no capítulo "ele há com cada disparate". Dado o carácter notório da coisa, bem aclarado por Ferreira Fernandes, em artigo aqui transcrito, e por José Miguel Júdice, hoje às dez para as nove na Antena 1, darei como provada, para além de qualquer dúvida, a sandice da afirmação. E, mais do que ao de leve ou por uma questão de raciocínio, nem sequer me referirei à questão de fundo. Ponto assente. Assim que li as palavras de Rui Gomes da Silva questionei-me: será possível que isto seja coisa pensada e arquitectada e discutida? E Premeditada? Será possível que meia dúzia de fulanos tenham mesmo entrado numa sala, para uma reunião com esse ponto em ordem de trabalhos, e tenham de lá saído com tal decisão? (Em acta: E ao ponto único da ordem de trabalhos, com votos de vencido da sensibilidade e do bom senso, delibera-se transmitir à populaça que «Nós não contestamos que a jornalista desenvolva a sua profissão com um relacionamento com qualquer político, aliás, antes pelo contrário. A única coisa de que discordamos é que essa actividade profissional seja feita num canal de televisão que é público.») Será possível? Não pode ser, não há-de ter sido bem uma conferência de imprensa, apanharam o homem alterado, por alguma razão não explicada, às vezes aos jornalistas não lhes convém explicar as coisas, talvez à porta de algum desalento, e vai de publicar o desabafo. Anda vai lá ver outra vez, ó sanidade, que hás-de ter percebido mal.


“Em conferência de imprensa, na sede do PSD”.



Sem tirar nem pôr. Sem margem para dúvidas: conferência de imprensa, sede do PSD. Não há engano.


E mais, a fazer fé na transcrição, resta provada a premeditação: “Rui Gomes da Silva quis reiterar a discordância do seu partido em relação à participação da jornalista do Diário de Notícias Fernanda Câncio num programa da RTP2 sobre bairros sociais”.


Reiterar, ui, que palavra tão dura, saber-lhe-á, ao menos, o significado, tipo, queremos aqui insistir no disparate, vamos tropeçar duas vezes na mesma pedra, bater com a cabeça várias vezes na mesma parede?


Reiterar, portanto.


Não foi engano, o que foi dito, foi sentido, vai-nos na alma. Mesmo!


Há-de então haver razões mais profundas, pretensão de dividendos políticos, coisas do género. Ora vejamos o que nos ensina o passado. Como relembrou hoje o bastonário da OA, José Miguel Júdice (antes que venham aí com o “perdão, ex-”, aviso já que bastonário é título para a vida, cola-se-lhes à pele), como relembrou, dizia, a última patetice do género (as palavras não foram estas, claro) foi cometida aqui há atrasado pelo PS com a Snu. Não tem comparação, claro, os factos, os tempos e as pessoas são outros, mas a verdade é só uma: o povaréu já deixou bem claro, e todos os meninos que brincam aos políticos deviam fazer por não o esquecer, que se está a cagar para este tipo de seres e pareceres sérios.


«Em política o que parece é. À mulher de César não basta ser séria, tem de parecer. Aconselharia a prudência que estas coisas não acontecessem».


À mulher de César resta-lhe ser ela própria, caramba. Do resto encarrega-se o tempo. E as gentes. A verdade é que isto da do de César é dito que sempre me pareceu retirado da história do Pedro e do Lobo. A lógica do raciocínio (?) de Rui Gomes da Silva, de César e das mulheres, padece, obviamente, de erro fatal. Se bem percebi, o Rui Gomes da Silva, e/ou este PSD, não desconfia(m) da Fernanda Câncio, nem do PM, das respectivas seriedades, digo, mas entende(m) que estes precisam de ir ainda mais longe. De parecer sérios. Ora bardamerda! Se eles próprios não duvidam da seriedade dos pressupostos e dos indivíduos, qual o problema? Para inglês ver? Não sejam patetas.


E onde raios está o ataque à seriedade? Fernanda Câncio, pelos vistos será público, será a namorada, companheira ou mulher do PM. Adiante. Outro facto público, e notório, é a aptidão e competência profissional de Fernanda Câncio. É pela soma destas duas evidências que este PSD quer limitar os direitos da jornalista? Porque, para além de boa profissional, se lembrou de ser mulher?


Não sei se me expliquei bem. Escrevi demasiadas palavras, é certo, mas estou mesmo com falta de tempo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:27


# 1

por Rogério Costa Pereira, em 12.04.08

A coisa funciona mais ou menos assim: fulano - quem quer que seja, de qualquer idade ou sexo, rico ou pobre, feio ou bonito, culto ou ignorante - chega a uma escada rolante e pára! Bloqueia automaticamente! Mesmo que esteja com pressa, vai de parar. Mãozita direita no corrimão direito, mãozita esquerda no corrimão esquerdo. E ali ninguém mais passa. Aliás, ai de quem tente. Mesmo que estejam cheios de pressa, atrasados para o trabalho, para uma consulta, para o que quer que seja. Face a uma escada rolante, o português estanca. E admira a paisagem, olha à esquerda, olha à direita. Será, pergunto eu, algo genético, ou é mesmo proibido andar nas escadas rolantes, caminhar nos tapetes? É que, segundo julgo, o principal propósito desta rolante invenção, é precisamente a aceleração da marcha do pessoal, aliando o andar do bicho ao rolar do tapete. Mas não em Portugal. Enfim, será uma embirração minha. Mais uma.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:51


3 x Briosa

por Rogério Costa Pereira, em 11.04.08

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:48

Pág. 2/2



página facebook da pegadatwitter da pegadaemail da pegada



Comentários recentes

  • mariamemenez

    BEM-VINDO: O EMPRÉSTIMO ONLINE ENTRE PESSOAS GRAVE...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • Endre

    Você quer pedir dinheiro emprestado? se sim, entre...

  • DAVID

    Saudações da temporada, eu sou David e sou um hack...

  • Welty Jeffrey

    MARTINS HACKERS have special cash HACKED ATM CARDS...

  • sandra

    I wanna say a very big thank you to dr agbadudu fo...

  • DAVID

    Olá senhoras e senhores!O ano está acabando e esta...

  • Maria

    God is great i never thought i could ever get loan...

  • edwin roberto

    I am Edwin Roberto and a construction engineer by ...


Arquivo

  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2013
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2012
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2011
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2010
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2009
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2008
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D

Pesquisar

Pesquisar no Blog  



subscrever feeds